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Americana Exxon Mobil fora da corrida ao petróleo da Galp na Namíbia

Dos 80% que detém no complexo de Mopane, na Namíbia, a Galp quer vender metade (40%). Na corrida mantêm-se mais de 12 empresas, incluindo a brasileira Petrobras, a britânica Shell, bem como a francesa Total Energias e a norueguesa Equinor.

Paulo Calado
09 de Setembro de 2024 às 12:08
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A petrolífera americana Exxon Mobil retirou-se da corrida para comprar metade (40%) da participação de 80% da Galp no projeto de exploração de petróleo na Namíbia, no complexo de Mopane, avança a agência Reuters esta segunda-feira, citando fontes conhecedoras do projeto. 

No entanto, outras gigantes petrolíferas, como a Shell, Total Energies, Equinor e Petrobras, mantêm o seu interesse em entrar como parceiras da Galp no país africano, refere também a Reuters. Na corrida mantêm-se neste momento mais de 12 empresas do setor petrolífero. Quantos às razões para a retirada da Exxon não foram identificadas. 

Contactadas pela Reuters, a Exxon e a Galp não quiseram prestar declarações. Depois de conhecida a desistência da Exxon Mobil, as ações da Galp estavam a cair 0,31%, para 17,41 euros.

Na última apresentação de resultados, em julho, o CEO da Galp, Filipe Silva, revelou que a petrolífera estava já a levar a cabo "discussões preliminares" com potenciais parceiros para o projeto na Namíbia. Este ano a empresa anunciou descobertas de importante relevância comercial no país africano, onde detém 80% do projeto de exploração da área de Mopane. O objetivo é que um futuro parceiro assuma metade (40%) dessa participação.  

O responsável anunciou também que a Galp vai perfurar o primeiro de mais quatro poços petrolíferos na Namíbia no quarto trimestre de 2024. 

Apesar de revelar estas "discussões preliminares", Filipe Silva garantiu que não quer "apressar qualquer transação". "Podemos manter a posição atual posição enquanto trabalhamos para reduzir o risco. Vamos dar prioridade a um parceiro que permita desenvolver rapidamente o projeto. Queremos uma parceria real para desenvolver o projeto de Mopane", disse o CEO, acrescentando que, para já, os trabalhos de perfuração estarão concentrados nesta região. "Não estamos ainda a olhar para o norte do complexo".

Quanto ao investimento nos trabalhos exploratórios, disse que não se deve extrapolar o custo dos dois primeiros poços para mais quatro poços. "Vai ficando cada vez mais barato por poço", disse. Ainda assim, garantiu que os números do investimento da empresa serão revistos. "Vamos gerir os dois processos [perfuração de poços e nova parceria] de forma separada, mas em paralelo". 

Questionado sobre se a empresa poderia recuar na intenção de perfurar mais poços na Namíbia, Filipe Silva disse que para os dois primeiros poços a decisão é "irreversível". No entanto, para 2025 haverá "maior flexibilidade" nos planos. "Queremos reduzir riscos o mais rapidamente possível. No primeiro e segundo poços não vamos mudar o que temos em mente". 

"São os primeiros tempos deste projeto na Namíbia, mas para já está a correr bem", disse ainda Filipe Silva, garantindo que as conversações com o Governo da Namíbia e com os atuais parceiros têm corrido bem.   

Do lado das empresas interessadas, avançaram para a corrida gigantes energéticas mundiais como a americana Exxon Mobil e a britânica Shell já disseram que vão concorrer para ficar com parte do projeto de Mopane, bem como a francesa Total Energias e a norueguesa Equinor.

Com base nas mais recentes estimativas da própria Galp, de que o projeto petrolífero na Namíbia poderá conter reservas de 10 mil milhões barris de petróleo equivalente para todo o complexo de Mopane, a descoberta está avaliada em "20 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros ao câmbio atual), ou potencialmente mais", disseram as fontes citadas pela Bloomberg. 

Para 2024, Filipe Silva apontou um valor a rondar os 150 milhões de euros para continuar a realizar perfurações na região de Mopane, a 200 quilómetros da costa namibiana. Para a campanha de prospeção petrolífera naquele território, o responsável previu um investimento total de 200 a 300 milhões de euros. O CEO garante que a empresa "vai manter uma posição elevada" no consórcio.

Depois das duas primeiras perfurações, estão previstos mais quatro furos em novos poços. "O capital necessário para o desenvolvimento do projeto da Namíbia será financiado pelo nosso novo parceiro", o que deverá acontecer "no final de 2024, início de 2025". O CEO não revelou se esta parceria já está ou não decidida. Sobre uma potencial entrada em produção, falou do "final da década", dizendo que "ainda é cedo para fazer previsões".

"O investimento nas perfurações dos dois poços foi menor do que esperávamos. Para já, as exigências de ‘capex’ são leves e não é esperado que o financiamento futuro seja feito pela Galp. Por isso, vamos reduzir a nossa participação de 80% para uma percentagem mais baixa", disse.

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