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Filipe Silva: Galp quer manter intacta posição de 80% na Namíbia para já. Vender 40% a um parceiro só em 2025

De acordo com o responsável, a petrolífera está "neste preciso momento" a perfurar o terceiro poço na região, sendo este um ativo "para manter", garantiu. Quanto ao quarto poço, a perfuração está prevista para o verão de 2025.

Walter Branco
28 de Outubro de 2024 às 11:59
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O CEO da Galp, Filipe Silva, disse esta segunda-feira que a Galp está muito empenhada em manter intacta a sua posição de 80% no projeto petrolífero da Namíbia, pelo menos até à conclusão dos trabalhos de perfuração dos próximos dois poços no complexo de Mopane, o que só deverá acontecer no final do próximo ano. 

"O nosso projeto na namíbia está a ir mais rápido e melhor do que o esperado", reconheceu o CEO, dizendo que as reservas estimadas de 10 mil milhões de barris de petróleo equivalente para a região poderão ser comprovadas depois das perfurações dos três próximos poços que estão programadas para 2025.

De acordo com o responsável, a petrolífera está "neste preciso momento" a perfurar o terceiro poço na região - a cerca de 10 quilómetros dos dois outros já existentes -, sendo este um ativo "para manter", garantiu, dizendo que espera poder dar conta dos resultados ainda este ano. Quanto ao quarto poço, a perfuração está prevista para o verão de 2025, enquanto os poços número cinco e seis serão em "localizações ainda por decidir, dependendo ainda da análise dos reservatórios". Estes três outros poços deverão ser perfurados durante o segundo semestre do próximo ano, disse o CEO Filipe Silva.

A empresa vai ainda levar a cabo trabalhos de análise sísmica de alta resolução em todo o complexo durante o primeiro trimestre de 2025.  

O CEO disse ainda que na mesma região há várias outras empresas de petróleo e gás em trabalhos exploratórios semelhantes aos da Galp, o que significa que nos próximos meses estão a decorrer muitas perfurações em simultâneo no local, que darão origem a novas informações. 

"Continuamos muito empenhados em manter a nossa posição de 80% na Namíbia, pelo menos até termos os resultados dos próximos dois poços. Como sabem há uma série de outros poços que serão explorados no país por outras empresas na vizinhança do nosso bloco. Teremos informações muito preciosas a surgir nos próximos meses. São tempos entusiasmantes para a Galp e para a Namíbia", disse na abertura da "call" com analistas, depois de a Galp ter dado conta de lucros de 890 milhões até setembro.

Sobre a intenção, já expressa e reafirmada, de encontrar um parceiro para a exploração petrolífera na namíbia, a Galp reafirmou que tem "capacidade financeira para evitar a pressa numa eventual negociação".

"O plano é continuar com os nossos atuais 80% e reduzir ao máximo os riscos que pudermos com o que temos em mãos. Tivemos já uma série de negociações com potenciais parceiros e há uma shortlist de players muitíssimo credíveis que estão interessados na NamíbiaQuando será o momento certo para fazer uma parceria? É-nos claro que não será antes de completarmos, pelo menos, a perfuração dos próximos dois poços. Portanto, esperaremos até, muito provavelmente, o final de 2025. Isto também para saber o que as outras empresas à nossa volta irão descobrir. Algumas das pessoas com quem estamos a falar para o nosso projeto também estão a perfurar na região", disse o CEO aods analistas.


"Estamos a fazer um trabalho preliminar nos estudos do projeto, para que, quando tivermos uma parceria, possamos começar a trabalhar imediatamente", acrescentou.

Quanto ao investimento no projeto, a Galp estima custos de 75 milhões pela perfuração de cada poço em Mopane, sendo que este valor tenderá a baixar daqui para a frente. "Na Namíbia, o investimento e os nossos custos por poço estão a descer. Conhecemos melhor o local, há muito mais competição entre fornecedores de serviços e temos um maior conhecimento da geologia, por isso o custo do investimento está a descer muito rapidamente", explicou.

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