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Projeto de 30 mil milhões que é "chave" para futuro da Galp está em risco de não avançar

A Exxon declarou que o projeto está dependente de "condições gerais do mercado" para avançar, entre outros condicionamentos, recusando-se a definir uma data limite para a decisão final de investimento.

Galp Energia
João Santos
05 de Março de 2021 às 11:54
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O projeto de gás natural em Rovuma, Moçambique, no qual a Galp tem uma participação de 10% e que os analistas consideram "chave" para o futuro da petrolífera, está envolto em incerteza. A petrolífera Exxon, que lidera o consórcio que se uniu para avançar com este projeto de 30 mil milhões de dólares, adiou pelo terceiro ano consecutivo a decisão final de investimento, o que levanta dúvidas acerca da concretização do mesmo.

Rovuma "é visto como um ativo chave para alimentar o crescimento da Galp no upstream (exploração e produção) e para responder, pelo menos parcialmente, aos riscos da transição energética", uma vez que, com o investimento em Moçambique, o peso do gás natural na produção da Galp sobe dos cerca de 11 a 12% projetados atualmente para 30% em 2030.

Esta avaliação está presente numa nota de research que foi emitida pelos analistas do Caixabank BPI e à qual o Negócios teve acesso. Na mesma, a casa de investimento admite que não era expectável que o investimento em Rovuma avançasse este ano, mas afirma que "os comentários da Exxon podem aumentar as dúvidas acerca das perspetivas para este projeto de dimensão relevante".

Foi durante a apresentação da estratégia anual da empresa que o vice-presidente, Neil Chapman, declarou que a petrolífera está dependente de "condições gerais do mercado" para avançar, recusando-se a definir uma data limite para a decisão final de investimento. Outro dos requisitos prévios é que o ativo de gás natural vizinho, controlado pela Total, ajude a alimentar a unidade de Rovuma, num argumento que tem vindo a ser repetido pela Exxon há pelo menos um ano, escreveu a Bloomberg.  

A Exxon lidera o consórcio que inclui a Eni, a China National Petroleum, a Kogas, a portuguesa Galp e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, e desde 2018 que tem os contratos de venda de gás assinados com os clientes estrangeiros, tendo recebido em 2019 a 'luz verde' do Governo moçambicano.

No caso de o projeto em Rovuma cair, os analistas do Caixabank BPI apontam que a avaliação que fazem da Galp poderá descer cerca de 5%.

Carlos Gomes da Silva, o anterior CEO da companhia portuguesa, classificou este projeto como a 'jóia da coroa' da Galp.

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