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Descoberta de gás natural vai ser ponto de viragem para Portugal, diz Costa Silva

A descoberta de gás natural no mar português, a acontecer, vai dar um empurrão à economia nacional, acredita António Costa Silva. Mesmo sem produção por cá, o país deve apostar na sua vocação como plataforma atlântica de gás, mas precisa de se entender com Espanha e com Bruxelas.

Bruno Simão
02 de Outubro de 2015 às 00:39
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A petrolífera espanhola Repsol descobriu gás natural em Cádiz, numa zona próxima do mar do Algarve, o que pode ser um bom indício para as aspirações nacionais de produzir o seu próprio gás.

 

A Partex é parceira da Repsol nesta prospecção e o presidente da petrolífera nacional destaca a importância da descoberta de gás natural em quantidade suficiente para ser explorado comercialmente.

 

"Estamos envolvidos com a Repsol no Algarve. Se agora estiverem todas as condições criadas para fazer a primeira perfuração, ver se existe gás", disse António Costa Silva na quinta-feira, 2 de Outubro, numa conferência na Ordem dos Engenheiros em Lisboa.

 

"O país importa todos os anos 1.500 milhões de euros de gás e uma descoberta nacional, a possibilidade de produzir gás no país pode ser um ‘turning point’ para Portugal", afirmou.

 

Justificou a importância desta eventual descoberta com o peso da factura energética de Portugal, que todos os anos gasta entre 6.000 milhões e 8.000 milhões para comprar energia ao exterior. "Temos uma factura energética excessiva. Esta é a maior renda que o país paga e tem de ser diminuída".

 

Mostrou-se, por isso, a favor das renováveis e recordou que "não existe nenhuma forma de energia no mundo que não tenha sido apoiada inicialmente pelos Estados".

 

Apesar da eventual produção de gás ser importante, Portugal tem outras condições que lhe vão permitir tornar-se numa "plataforma atlântica" de gás natural, afirmou António Costa Silva.

 

"Nós já temos no nosso subsolo estruturas de armazenamento extraordinárias, como em Leiria, as cavernas do Carriço", começou por explicar, destacando que as zonas do Pinhal Novo e de Sesimbra, assim como a região do Algarve, têm condições para acolher estas estruturas. "Atenção que a armazenagem de gás é também um dos negócios mais rentáveis que existem".

 

"Se houver produção doméstica, por mais pequena que seja, mais a armazenagem e com as infra-estruturas que nós temos - nomeadamente com o Porto de Sines, e no futuro o porto de Leixões - podemos articular tudo isso e não há dúvida que o gás pode fazer diferença", completou.

 

A Península Ibérica tem metade da capacidade de armazenagem do gás na União Europeia, com o Porto de Sines e os sete portos em Espanha.

 

"A plataforma atlântica tem pernas para andar", defendeu António Costa Silva: "Mas como é que vamos faze-la funcionar?" "É preciso um entendimento com Espanha, proceder a negociações com a União Europeia, falar com os países do Norte de África e apostar nas redes transfronteiriças", disse, respondendo à sua própria questão.

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