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Portugal pode atingir metas de renováveis quatro anos antes do previsto, diz Governo

Estima-se que em 2030 o sistema eletroprodutor nacional tenha uma capacidade instalada de cerca de 30 GW, onde as renováveis representarão cerca de 80% do total, ou seja, 24 GW.

A maioria da energia consumida na ilha da Graciosa é agora proveniente de fontes renováveis.
DR
15 de Julho de 2022 às 17:33
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Portugal vai conseguir atingir já em 2026 as metas de energias renováveis que, à partida, tinha definido apenas para o fim da década, garantiu esta sexta-feira o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, na inauguração da nova central solar flutuante da EDP no Alqueva. 

De acorco com Plano Nacional de Energia e Clima 2030, estima-se que o sistema eletroprodutor nacional tenha uma capacidade instalada de cerca de 30 GW, onde as renováveis representarão cerca de 80% do total, ou seja, 24 GW. Destes, 9 GW serão energia hídrica, entre 8 e 9,2 energia eólica e entre 8,1 e 9,9 GW energia solar. 

"Continuaremos esta trajetória de aumento de potência solar nos próximos anos, nomeadamente através dos projetos dos leilões de 2019 e 2020. Além destes resultados na energia solar, até ao final do próximo ano de 2023, teremos mais 500 megawatts, por via do reforço de potência da capacidade eólica instalada. Por via de licenciamento direto de projetos, teremos ainda mais 2,5 gigawatts de solar. Em conclusão: em quatro anos atingiremos os objetivos a que nos comprometemos para 2030", frisou, perante o primeiro-ministro António Costa e o CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade.


De acordo com o ministro, descarbonização é sinónimo de eletrificação "de base renovável", lembrando que no último ano, entraram em funcionamento centrais solares que representam 700 megawatts de potência.

"Este ano, além de termos quebrado a barreira dos 2000 megawatts já instalados, esperamos que entrem em funcionamento mais cerca de 1200 megawatts", prometeu. Dos lotes adjudicados no leilão solar de 2019, de acordo com Duarte Cordeiro já se encontram licenciadas 19 centrais, das quais 15 têm licença de construção.

No que respeita ao leilão de 2020, que irá contar com 13 centros electroprodutores, já foi licenciado um lote, outro encontra-se em processo de licenciamento e os 11 restantes estão em fase de pré licenciamento. No modelo de acordo com o Operador da Rede Nacional de Transporte, foram já assinados 14 acordos que representam uma potência de 3,5 gigawatts e encontram-se mais 11 acordos em fase de preparação.

 
No Alqueva, a EDP inaugurou esta sexta-feira 5 MW de solar flutuante que quer ver crescer para 70 MW até 2024, no contexto do lote arrematado no leilão deste ano. Pode ainda vir a acrescentar mais 14 MW de solar e 70 MW de eólico, num total de 154 MW, no total, de projetos que primam pela hibridização. 

"Isto não fica por aqui. Vamos expandir e multiplicar a capacidae quase por 15", disse o CEO da EDP na sua intervenção na cerimónia de inauguração desta central solar, realizada no paredão da barragem.


"O Alqueva é hoje um exemplo de inovação e sustentabilidade, que iremos reforçar em breve com o novo projeto ganho no primeiro leilão solar flutuante em Portugal. A EDP é pioneira a nível global na tecnologia solar flutuante, que é um salto marcante na expansão das renováveis e no acelerar do processo de descarbonização", destacou Stilwell, acrescentando que "a aposta na hibridização, ao aliar energia elétrica produzida da água, sol, vento e armazenamento, é uma via lógica de crescimento em que a EDP continuará a investir – permite produzir energia mais barata, otimiza recursos e com o mínimo impacto ambiental".

O primeiro-ministro elogiou este projeto da EDP no Alqueva, considerando que o solar flutuante "tem múltiplas vantagens". Uma "tem a ver com a ocupação de um espaço que está disponível e que não tem outra utilização", disse, referindo-se ao espelho de água da albufeira, que ainda tem muita área disponível. "Se 3% da área do Alqueva estivesse ocupada com painéis solares, havia 97% de área ainda liberta para todas as outras atividades", precisou.

Esta tecnologia "ajuda a controlar a evaporação da água", o que é importante num país como Portugal, que "sofre de secas severas", e contribui para "melhorar a qualidade da água, prevenindo o desenvolvimento de algumas plantas", acrescentou.

António Costa anunciou ainda que que o Governo vai avançar com medidas para a "agilização do licenciamento ambiental" para projetos de energias renováveis quando aprovar, na próxima semana, o programa Simplex para 2022.

"Quando, para a semana, aprovarmos o Simplex para 2022, as medidas emblemáticas vão mesmo ter a ver com a agilização do licenciamento ambiental", já que servem para o país aumentar a sua capacidade de autonomia na produção de energia, disse o chefe do Governo. Este passo "é decisivo, do ponto de vista macroeconómico para o país", porque o custo de importação de energia tem "um peso enorme" na balança externa nacional.

"Nós não exploramos petróleo, não exploramos gás, mas consumimos petróleo e consumimos gás. E, portanto, todo o gás e todo o petróleo que consumimos importamos e a única forma de reequilibrarmos [a balança] é consumirmos menos gás e menos petróleo", explicou.

Por isso, "a transição para novas fontes de energia é absolutamente essencial", porque o país tem de ser capaz de "deixar de ser só importador" para passar a ser "crescentemente exportador" da energia, a qual terá de vir de fontes renováveis, acrescentou.

Também Duarte Cordeiro disse que o Governo tem "plena noção da necessidade de acelerar" a transição energética.

"Na próxima semana, apresentaremos um pacote de licenciamento em que vamos agilizar processos de transição, seja no solar, seja na água para reutilização e também licenciamento ao nível municipal", indicou, aludindo ao Simplex para 2022.
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