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Petrolíferas já gastaram mil milhões na busca de petróleo em Portugal
Um relatório da Entidade para o Mercado de Combustíveis contabiliza a despesa realizada pelas concessionárias ao largo da costa portuguesa, que na última década rendeu ao Estado 8,6 milhões de euros em rendas e taxas.
Aos preços actuais, a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC) estima em cerca de mil milhões de euros o investimento efectuado ao longo dos últimos 80 anos pelos concessionários para a "obtenção e recolha de amostras geológicas do subsolo, através de sondagens de pesquisa", num total de 75 furos para encontrar petróleo em Portugal.
Um relatório citado pelo Correio da Manhã esta segunda-feira, 5 de Fevereiro, evidencia que só nos últimos dez anos foram investidos 152 milhões de euros em prospecção a grande profundida ao largo da costa portuguesa, sendo a Galp e os italianos da ENI os maiores investidores nas concessões mais recentes na bacia de Peniche e no Alentejo.
Durante esta última década, o Estado português arrecadou perto de 8,6 milhões de euros em rendas e taxas cobradas às concessionárias, embora até à data não tenha sido feita "qualquer descoberta de petróleo com viabilidade económica, sendo, portanto, excessivo falar-se em exploração/produção de petróleo em Portugal".
"Todos os contratos assinados com o Estado português, mais de uma centena, desde 1938, nunca transpuseram a primeira fase correspondente à prospecção e pesquisa", passando para as seguintes de desenvolvimento e de produção, sublinha este documento actualizado à data de 30 de Janeiro.
Foi em 1938 que foi emitido o primeiro alvará de concessão para a prospecção e pesquisa de petróleo em toda a área do "onshore" das Bacias Lusitânica e do Algarve, detido pela então Companhia Portuguesa de Petróleos (CPP) em parceria com companhias britânicas e francesas. E que se manteve activa até 1968 aquando da extinção daquela empresa nacional.