Notícia
Oito empresas vencem leilão de gases renováveis. Só Dourogás se candidatou a biometano
As quantidades de hidrogénio verde e biometano fixadas neste leilão serão compradas pela Transgás (empresa do Grupo Galp, na qualidade de CURg) para injeção nas redes públicas de gás, de distribuição e transporte.
Já são conhecidos os vencedores do primeiro leilão eletrónico realizado em Portugal - no dia 23 de janeiro de 2025 - para a compra centralizada de biometano e hidrogénio verde pelo Comercializador de Último Recurso Grossista (CURg), anunciou a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), em comunicado.
As quantidades de gases renováveis fixadas neste leilão (150 GWh por ano de biometano e 120 GWh de hidrogénio produzido por eletrólise a partir de água, com recurso a eletricidade de fontes renováveis) serão compradas pela Transgás (empresa do Grupo Galp, na qualidade de CURg) para injeção nas redes públicas de gás, de distribuição e transporte, operadas pela Floene e REN, respetivamente.
De acordo com a DGEG, os preços base de licitação foram de 62 euros por MWh para o biometano e 127 euros por MWh para o hidrogénio verde.
"No caso do biometano registou-se uma única candidatura da Dourogás Renovável, que assegurou a adjudicação de 1990 MWh por ano. Nos dois lotes de hidrogénio foram adjudicados 119.280 MWh por ano", refere a direção geral.
Deste valor, e para injeção na rede nacional de transporte, a PTSUNHYDROGEN arrematou dois lotes de 11.029 MWh/ano, a WINPTX ficou com 30.000 MWh e a Marte Boémio com 7.000 MWh, num total de 59.058 MWh.
Para intejar hidrogénio na rede de distribuição, a vencedora foi a Hychem, com 30.000 MWh/ano, seguida pela WP2X (17.500 MWh/ano), a CME (7.722 MWh/ano) e a Essential Advantage (5.000 MWh/ano).
Criado ainda pelo anterior governo socialista, este leilão foi lançado no final de maio de 2024 pela ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho. O procedimento concursal, com dotação anual até 14 milhões de euros anuais, "destina-se a estimular projetos nas áreas de hidrogénio verde e biometano, tecnologias com potencial para reduzir significativamente as emissões de gases de efeito de estufa e promover a economia circular".
"Hoje lançamos um leilão de gases renováveis no valor de 140 milhões de euros em 10 anos", disse Maria da Graça Carvalho, explicando que este será financiado através do Fundo Ambiental. A ajuda de Estado aos investidores assumirá a forma de um prémio variável ao abrigo de um contrato bilateral por diferença celebrado por um período de dez anos. O objetivo passa por salvaguardar possíveis flutuações nos preços da energia.
O objetivo passa por "potenciar a nova fileira dos gases renováveis, de elevado valor acrescentado e potenciadora da descarbonização do país será lançado um leilão de compra centralizada de biometano e hidrogénio".