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Goldenegy importa biometano para injetar na rede e fornecer a cerâmica de Aveiro
A Goldenergy e a Axpo Iberia estão a desenvolver um porjeto para construir uma nova central de biometano em Vila do Conde, que só deverá entrar em prdução no final de 2025, com um investimento de oito milhões de euros.
A comercializadora de eletricidade e gás natural Goldenergy anunciou esta quarta-feira que a partir de abril vai começar a fornecer biometano à empresa de cerâmica e cristalaria Primus Vitoria, localizada em Aveiro.
Este fornecimento - o primeiro a ser realizado em Portugal por uma fornecedora de gás, com garantia de origem, e injetado na rede nacional de transporte - surge depois de em 2024 a Goldenergy e a Axpo Iberia – filial do grupo suíço Axpo - terem formalizado em 2024 a sua entrada no mercado do biometano no país. Isto depois da decisão de construir uma unidade de produção deste gás de origem renovável em Vila do Conde, que está previsto para arrancar apenas no último trimestre de 2025.
Dessa forma, para já, a Goldenergy terá ainda de importar biometano para injetar na rede e fornecer à cerâmica Primus Vitoria (através de garantas de origem). A futura central de biometano que está a ser desenvolvida implicará um investimento de cerca de oito milhões de euros e contribuirá para o objetivo da Axpo de alcançar, até 2030, uma produção total de até 1 TWh na Península Ibérica.
"O biometano é uma solução viável, pois não exige qualquer tipo de alteração em termos de investimento produtivo. As soluções tecnológicas existentes hoje podem transitar para o biometano naturalmente, o que é uma enorme vantagem para sectores como o da cerâmica e da cristalaria", defende Paulo Almeida, assessor da direção da Primus Vitoria e vice-presidente da Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria (APICER), citado em comunicado.
De acordo com Miguel Checa, General Manager da Goldenergy, "a Goldenergy tem sido um parceiro próximo das empresas e do setor industrial, nomeadamente do setor da cerâmica e cristalaria, garantindo estabilidade de preços no gás natural a médio e longo prazo, num contexto de volatilidade externa. Este nosso posicionamento será reforçado com a aposta no biometano".
Além de vender eletricidade em Portugal, a Goldenergy assume-se neste momento como o segundo maior "player" no fornecimento de gás natural no setor industrial, com uma quota de 26% do mercado, refere a empresa.
No que diz respeito ao projeto de Vila do Conde, este "aproveitará resíduos agropecuários de uma empresa da região Norte, com previsão de produção superior a 15 GWh/ano". Segundo a Goldenergy, a empresa "vai comprar toda esta produção de biometano, obtida na unidade da Axpo em Portugal, para injetar na rede de gás natural".
Neste contexto, Axpo e Goldenergy assinaram um acordo a Teixeira do Batel, uma exploração agrícola no concelho de Vila do Conde, para a "construção, colocação em funcionamento e exploração" da uma central de produção de biometano, que vai produzir "gás verde neutro em carbono para a posterior injeção de biometano na Rede Nacional de Gás".