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Pinho sobre pagamentos do GES: "Era muito fácil responder e até era uma risota"
Acompanhe a audição do ex-ministro da Economia de Sócrates no minuto-a-minuto do Negócios.
- Manuel Pinho no Parlamento
- Manuel Pinho ouvido no Parlamento sobre ligações ao BES e EDP
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- Pinho: "A factura da electricidade é uma vaca leiteira"
- Pinho diz que CMEC não determinam preços elevados da electricidade
- Manuel Pinho recusa falar sobre o GES
- "PSD foi o pai dos CMEC e mãe das barragens", aponta Pinho
- Eu não sou o pai das energias renováveis", diz Pinho
- Manuel Pinho afirma que foi Sócrates que o convidou para o Governo
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- Política energética? "Não sou vaidoso" mas "sei como é vista lá fora"
- Pinho: "Assumo as minhas responsabilidades nos CMEC"
- Deputados ouviram Pinho mais de três horas
Manuel Pinho chegou à sala onde vai ser ouvido no âmbito da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, por requerimento do PSD.
"Não vamos enganar as pessoas a dizer que é isso [os CMEC] que determina que os preços da electricidade sejam tão elevados", conclui Pinho.
Manuel Pinho avançou que "não responderei a outras perguntas que tenham a ver com o grupo BES a não ser que sejam relacionadas com as políticas de energia que pratiquei enquanto ministro". O ex-ministro justificou: "nunca fui confrontado com meios de prova que alegadamente os sustentem. Nem sequer sou arguido neste processo". "Esta opção resulta do exercício do meu direito de defesa", sustentou.
Os deputados continuam a fazer perguntas ao ex-ministro sobre as "offshores" e as alegadas ligações ao GES. Mas Manuel Pinho mantém a mesma posição: "como direito da minha defesa, não vou responder a questões sobre o GES".
O ex-ministro, como frisou no início da sua intervenção, está disponível apenas para falar sobre os CMEC e a concessão de barragens à EDP. "PSD foi o pai dos CMEC e mãe das barragens", diz Pinho, em resposta a um deputado social-democrata. Afirmou que "gostaria de esclarecer" este assunto mas acusou os deputados de não estarem "interessados".
A questão da deputada esquerdista é colocada tendo em conta o testemunho de José Maria Ricciardi de que terá sido Ricardo Salgado a indicar o nome de Pinho para o Governo.
"Adorava responder, a essas perguntas. Era muito fácil responder e até era uma risota", devolveu o ex-ministro. A deputada esquerdista relembrou que o silêncio relativamente à questão do GES foi uma opção de Pinho, anunciada no início da sessão. "Não responde porque não quer".
Ainda sobre este assunto, Mortágua quis esclarecer como é possível "ganhar em dois meses aquilo que tinha no ano anterior como salario anual", referindo-se a parte dos pagamentos. "Se declarei é porque o ganhei", frisou Manuel Pinho.
Quanto à forma como conheceu o engenheiro Sócrates, pessoa a quem Pinho atribui o convite para entrar na vida política, Manuel Pinho partilhou que foi "à saída de um jogo de um campeonato da Europa", mais precisamente, à porta do estádio da Luz", ao qual tinha assistido na companhia do actual primeiro-ministro, António Costa. Este último terá feito as apresentações.
Neste sentido, Mota Soares perguntou se foi António Costa a sugerir o nome de Pinho para o Governo, questão à qual o inquirido respondeu peremptoriamente: "Não". Acrescenta que a apresentação podia ter sido feita por qualquer pessoa: "Foi uma coincidência. Costa era a pessoa com quem assistia aos jogos de futebol".
Quanto à hipótese de ter sido indicado para o Governo por Ricardo Salgado, tese avançado por José Maria Ricciardi, Pinho nega: "Não tenho conhecimento nem dessa conversa nem de outra. Não me lembro". "Mas admite que tenha existido?", insistiu o deputado. Pinho reforça a negação: "Não".
A ronda de perguntas do PCP começou com o balanço que o ex-ministro fazia da policia energética enquanto exerceu funções no Executivo de Sócrates. Manuel Pinho preferiu não responder directamente. "Não sou vaidoso", começou por dizer, acrescentando: "Não tenho que estar aqui a classificar a política energética. Eu sei como a política é vista a nível internacional".
Pinho aproveitou ainda para referir que "se por acaso fosse aplicado o que estava a previsto no programa do partido comunista (redução do IVA da electricidade de 23 para 5%) Portugal teria o preço de electricidade muito mais baixo".
Manuel Pinho diz que o pai dos CMEC foi o PSD, mas que com isto não se quer desresponsabilizar. "É evidente que assumo as minhas responsabilidades nos CMEC", diz. "Em pouco tempo o Governo de Santana Lopes fez avançar muito. Eu herdei o final do processo", explica, ao mesmo tempo que ressalva: "a decisão dos CMEC foi uma decisão politica que respeito. É um processo. Não se pode desfazer."