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Lucro da EDP recua 11% para 306 milhões de euros no primeiro semestre

Resultado foi penalizado pela atividade em Portugal, muito condicionada pela seca e que resultou num prejuízo de 111 milhões de euros .

Miguel Stilwell d'Andrade, presidente executivo da EDP Miguel A.Lopes/Lusa
28 de Julho de 2022 às 17:46
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A EDP registou um lucro de 306 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, valor 11% abaixo dos 343 milhões alcançados no mesmo período do ano passado, comunicou a empresa à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários nesta quinta-feira.

A operação em Portugal foi a principal responsável pela degradação dos números da energética, com a produção hídrica a ser penalizada pela situação de seca no país: a atividade em território nacional teve um prejuízo superior a 100 milhões de euros, valor que compara com lucros de 93 milhões no período homólogo.

Ainda assim, houve um crescimento de 19% do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), que atingiu 1.994 milhões de euros.

O valor inclui, no entanto, uma queda de 300 milhões no EBITDA da produção hídrica na Península Ibérica, penalizada pelos recursos hídricos em Portugal, que estiveram 66% abaixo da média. O desempenho negativo ibérico estendeu-se às áreas de serviços a clientes e gestão de energia, que sofreu uma queda de 62% para 126 milhões de euros, "impactado negativamente pela maior crise hídrica das últimas décadas combinado pelos elevados preços grossistas de energia que geraram um desvio de 2,8 TWh na produção hídrica face ao expectável", explica a companhia, acrescentando que "este efeito foi parcialmente mitigado pelo aumento da produção térmica e resultados positivos com otimização de portfolio na gestão de energia".

A capacidade instalada aumentou 7% para 25.581 MW.

A produção foi 6% maior do que nos primeiros seis meses de 2021, fixando-se em 31.674 GWh. As renováveis tiveram um peso de 75% neste valor (menos do que os 81% verificados há um ano).

O número de clientes manteve-se quase inalterado.

A dívida líquida da empresa disparou 22% para 14,15 mil milhões de euros, verificando-se também um crescimento do peso da dívida sobre o EBITDA: passou de 3,5 para 4,1. A empresa justifica o agravamento com a aceleração do investimento e a valorização do real brasileiro e do dólar norte-americano.

A companhia sustenta que os resultados ficam marcados, no lado positivo, "pelo forte desempenho das renováveis em termos globais e das redes de eletricidade no Brasil". A pesar de forma negativa, a EDP aponta a "seca extrema em Portugal num período de elevados preços de eletricidade no mercado grossista, o que levou a um resultado líquido negativo de 111 milhões de euros em Portugal no primeiro semestre de 2022".

O investimento da energética aumentou 23% para 1,7 mil milhões de euros, com a quase totalidade (97%) deste valor a ser canalizado para energias renováveis e redes de eletricidade.

No capítulo das renováveis, "nos últimos 12 meses, a EDP instalou 2,5 GW de capacidade". Entre janeito e junho, "75% da produção de eletricidade da EDP teve origem em energias renováveis, apesar do aumento da produção térmica ibérica para compensar a menor produção hídrica", lê-se no comunicado.
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