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Iberdrola e Prosolia com "luz verde" para central solar de 800 milhões em Portugal. Será maior da Europa

A entrada em funcionamento está prevista para 2025 e a energia produzida será "suficiente para 430 mil residências, o equivalente a quase duas vezes a cidade do Porto".

31 de Janeiro de 2023 às 12:37
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A Iberdrola anunciou esta terça-feira que em comunicado que obteve a licença ambiental para construir em Portugal um projeto fotovoltaico com 1,2 GW de capacidade no concelho de Santiago de Cacém, perto de Sines, em parceria com a luso espanhola Prosolia Energy. O Negócios sabe que o projeto Sunshining, inicialmente lançado pela Prosolia Energy e ao qual a Iberdrola se juntou mais tarde, demorou quase cinco anos a obter o licenciamento e vai implicar um investimento total de 800 milhões de euros. 

A Iberdrola prevê ainda investir mais três mil milhões de euros em energia eólica e solar no país nos próximos anos.De acordo com a elétrica espanhola, esta mega central solar com 1,2 GW de potência instalada - de seu nome "Fernando Pessoa" - será neste momento a maior da Europa e a quinta maior do mundo.

De acordo com a Declaração de Impacte Ambiental da APA, o projeto inclui ainda um parque de baterias com cerca de 258 MW de armazenamento de energia e a produção de eletricidade está estimada em 1.761GWh/ano. No total são mais de 2,1 milhões de módulos fotovoltaicos para aproveitamento da energia solar numa área vedada de 1262 hectares em pleno Alentejo. 

A entrada em funcionamento está prevista para 2025 e a energia produzida será "suficiente para responder às necessidades anuais de cerca de 430 mil residências, uma população equivalente a quase duas vezes a cidade do Porto", refere a Iberdrola em comunicado. Além disso, também "evitará o consumo de 370 milhões de metros cúbicos de gás por ano, volume necessário para produzir a mesma quantidade de energia em ciclo combinado", refere a Iberdrola.

O projeto inclui a contratação da ligação à rede elétrica nacional com a REN - Redes Energéticas Nacionais, o que significa que serão os promotores da central a pagar a respetiva ligação à rede. 

Antes um gigantesco eucaliptal em terreno arenoso, o local que albergará o projeto está já assegurado e a construção da central solar gerará até 2.500 empregos, a maioria desempenhados por trabalhadores locais, garantem os promotores. A licença ambiental atribuída agora pela Agência Portuguesa do Ambiente exige ainda que seja preservada uma parte do eucaliptal, por um período mínimo de 15 anos "considerando a proximidade a povoações, pontos de interesse turísticos e vias de comunicação", para garantir "a minimização dos impactes visuais". 

"A central será um exemplo de convivência de novos empreendimentos renováveis com o património ambiental e as comunidades locais. O projeto contempla um Programa de Ações Socioeconómicas, que inclui medidas como a formação profissional na área da energia ou o apoio ao setor do turismo, para além do fornecimento de energia solar às comunidades próximas", refere o mesmo comunicado, acrescentando que "o terreno poderá ser utilizado pelos pastores locais para a criação de gado ovino e serão introduzidas colmeias". Serão também feitas plantações para substituir  os eucaliptos por árvores autóctones.

"A instalação solar Fernando Pessoa constitui um novo marco na Europa ao combinar as ambições de energia limpa com a geração de impactos ambientais e sociais positivos e tangíveis. Temos que reduzir a nossa exposição aos combustíveis fósseis. Orgulhamo-nos de continuar a apostar na construção de novas infraestruturas de energia limpa em Portugal, como já fizemos com a gigabateria Tâmega", disse Ignacio Galán, presidente da Iberdrola.
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