Notícia
APA dá parecer negativo a mega central solar da Greenvolt e Alpac em Nisa
Com uma área prevista de 1.000 hectares (que será ocupada por 1,1 milhões de painéis fotovoltaicos), esta central solar de grandes dimensões poderá vir a produzir cerca 1.205 GWh por ano
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu este mês uma decisão desfavorável ao projeto conjunto da Greenvolt, Alpac Capital, Luz-On - Solar Energy e Bookworld para instalar no Alentejo, na região de Nisa, uma central solar de larga escala com 705 MW e um investimento de 500 milhões de euros, avança o Expresso esta sexta-feira.
Estas empresas formam a Sociedade de Energia Solar do Alto Tejo (Sesat) que, por seu lado, adjudicou à Future Proman o projeto de Nisa, incluindo linha de transporte de energia e o respetivo Estudo de Impacte Ambiental (EIA).
De acordo com o documento publicado pela APA no seu site, os motivos para travar o projeto prendem-se com a identificação de "impactes negativos muito significativos e não minimizáveis" ao nível de fatores determinantes para a avaliação do projeto: uso do solo, ordenamento do território, paisagem e sistemas ecológicos (povoamentos florestais).
"Neste sentido, emite-se decisão desfavorável ao projeto da Central Fotovoltaica de Nisa e Linha Elétrica de Muito Alta Tensão, a 400 kV", atestou a APA.
Com uma área prevista de 1.000 hectares (que será ocupada por 1,1 milhões de painéis fotovoltaicos), esta central solar de grandes dimensões poderá vir a produzir cerca 1.205 GWh por ano. O projeto inclui, além do centro electroprodutor, uma subestação de transformação, a 30/400 kV e uma linha de transporte de energia a 400 kv com 4,61 km, qual se desenvolve quase integralmente em área da Rede Natura 2000.
De acordo com a Sesat, para permitir a receção da energia a produzir na Central Fotovoltaica de Nisa, a subestação elétrica da Falagueira terá ainda de ser reforçada, por carecer de um significativo alargamento da sua capacidade de receção.
Na sua decisão desfavorável, a APA sublinha que que o projeto não dispõe ainda de Título de Reserva de Capacidade de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP). "Refere a REN que não estão reunidas as condições para emitir qualquer parecer que permita de alguma forma considerar viável a implementação da central fotovoltaica de Nisa nos termos apresentados", diz o documento da APA. O projeto sobrepõe-se ainda à Zona Especial de Conservação (ZEC) Nisa/Lage da Prata, incluída no Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC) e ao Geoparque Naturtejo, classificado pela UNESCO.
"Destaca-se também, além da grande dimensão da área inerente ao projeto, o facto de grande parte da área se encontrar ocupada por povoamentos florestais, implicando o projeto a desflorestação de cerca de 830 hectares. Embora cerca de 80% da referida área florestal seja constituída por povoamentos de eucaliptos, identificam-se também povoamentos de sobreiro e sobreiros isolados".
A APA reconhece no entanto que a central fotovoltaica de Nisa contribui para as metas de reforço da produção de energias renováveis em Portugal ("o principal impacte positivo do projeto"). "Contudo, embora a nível nacional o projeto contribua também para a independência energética do país, localmente não se traduz em qualquer mais-valia relevante para a população", remata.
Do lado da Câmara Municipal de Nisa, a autarquia sublinha no seu parecer que "o projeto está completamente em desacordo com os objetivos estratégicos de desenvolvimento do Plano Diretor Municipal de Nisa que incluem, entre outros, a promoção e sustentabilidade da paisagem".
"Os parques fotovoltaicos, ocupando grandes extensões de terreno, não se enquadram na estratégia de desenvolvimento concelhio, o qual sustenta-se em objetivos gerais de atratividade, fixação emprego e formação de pessoas", refere o município, acrescentando que "o projeto poderá constituir um desincentivo na aposta de projetos turísticos refletindo-se, consequentemente, em perdas económicas nos valores gerados por estes ramos de atividade e empresas".
Estas empresas formam a Sociedade de Energia Solar do Alto Tejo (Sesat) que, por seu lado, adjudicou à Future Proman o projeto de Nisa, incluindo linha de transporte de energia e o respetivo Estudo de Impacte Ambiental (EIA).
"Neste sentido, emite-se decisão desfavorável ao projeto da Central Fotovoltaica de Nisa e Linha Elétrica de Muito Alta Tensão, a 400 kV", atestou a APA.
Com uma área prevista de 1.000 hectares (que será ocupada por 1,1 milhões de painéis fotovoltaicos), esta central solar de grandes dimensões poderá vir a produzir cerca 1.205 GWh por ano. O projeto inclui, além do centro electroprodutor, uma subestação de transformação, a 30/400 kV e uma linha de transporte de energia a 400 kv com 4,61 km, qual se desenvolve quase integralmente em área da Rede Natura 2000.
De acordo com a Sesat, para permitir a receção da energia a produzir na Central Fotovoltaica de Nisa, a subestação elétrica da Falagueira terá ainda de ser reforçada, por carecer de um significativo alargamento da sua capacidade de receção.
Na sua decisão desfavorável, a APA sublinha que que o projeto não dispõe ainda de Título de Reserva de Capacidade de injeção na Rede Elétrica de Serviço Público (RESP). "Refere a REN que não estão reunidas as condições para emitir qualquer parecer que permita de alguma forma considerar viável a implementação da central fotovoltaica de Nisa nos termos apresentados", diz o documento da APA. O projeto sobrepõe-se ainda à Zona Especial de Conservação (ZEC) Nisa/Lage da Prata, incluída no Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC) e ao Geoparque Naturtejo, classificado pela UNESCO.
"Destaca-se também, além da grande dimensão da área inerente ao projeto, o facto de grande parte da área se encontrar ocupada por povoamentos florestais, implicando o projeto a desflorestação de cerca de 830 hectares. Embora cerca de 80% da referida área florestal seja constituída por povoamentos de eucaliptos, identificam-se também povoamentos de sobreiro e sobreiros isolados".
A APA reconhece no entanto que a central fotovoltaica de Nisa contribui para as metas de reforço da produção de energias renováveis em Portugal ("o principal impacte positivo do projeto"). "Contudo, embora a nível nacional o projeto contribua também para a independência energética do país, localmente não se traduz em qualquer mais-valia relevante para a população", remata.
Do lado da Câmara Municipal de Nisa, a autarquia sublinha no seu parecer que "o projeto está completamente em desacordo com os objetivos estratégicos de desenvolvimento do Plano Diretor Municipal de Nisa que incluem, entre outros, a promoção e sustentabilidade da paisagem".
"Os parques fotovoltaicos, ocupando grandes extensões de terreno, não se enquadram na estratégia de desenvolvimento concelhio, o qual sustenta-se em objetivos gerais de atratividade, fixação emprego e formação de pessoas", refere o município, acrescentando que "o projeto poderá constituir um desincentivo na aposta de projetos turísticos refletindo-se, consequentemente, em perdas económicas nos valores gerados por estes ramos de atividade e empresas".