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Galp volta a ter gás em 2021 e passa de prejuízos a lucros

A petrolífera portuguesa vai propor o pagamento de um dividendo base de 0,50 euros por ação. Empresa liderada por Andy Brown planeia lançar um programa de recompra de ações no valor de 150 milhões.

Galp prepara “ajuste” para 2022
21 de Fevereiro de 2022 às 07:58
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A Galp fechou o ano passado com lucros de 457 milhões de euros, depois de, em 2020, ter sofrido prejuízos de 42 milhões de euros, anunciou a petrolífera portuguesa.

Em comunicado, enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a petrolífera portuguesa informa que o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizaçõesfoi de 2.322 milhões de euros, traduzindo um aumento anual de 48%.

Já o 'cash flow' operacional ajustado subiu 49% para 1.852 milhões, suportado pelos "fortes resultados" do 'upstream', o segmento que diz respeito à exploração e produção de petróleo.

Face ao desempenho no exercício de 2021 - ainda assim abaixo dos lucros de 560 milhões em 2019 - a Galp pretende distribuir dividendos na ordem de 0,50 euros por ação. 

"Em 2021, a Galp obteve resultados robustos, impulsionados por um forte contributo do negócio de 'upstream', apesar dos desafios que enfrentámos no 'downstream'. Convictos da nossa solidez financeira e da resiliência do crescimento do nosso cash flow, o conselho de administração ajustou as distribuições aos acionistas, eliminando os efeitos transitórios que afetaram a posição da dívida líquida no final do ano, visando lançar um programa de recompra de ações de 150 milhões de euros, para além do dividendo base proposto, de €0,5/ação", revela o CEO, Andy Brown, na mensagem que acompanha os resultados.

Em paralelo, reforça, "também revimos as nossas diretrizes de remuneração aos acionistas, considerando um dividendo progressivo e programas de recompra de ações suplementares, estimando distribuir até 1/3 do nosso 'cash flow' operacional ajustado nos próximos anos".

Na nota que acompanha os resultados, a Galp explica que o dividendo base em numerário é conforme orientação anterior, enquanto o programa de recompra de ações substituirá a distribuição variável em numerário anunciada no ano passado. Um dividendo interino de 0,25 euros por ação foi distribuído a 16 de setembro de 2021, como antecipação da distribuição base desse ano fiscal, devendo os restantes ser pagos após aprovação em Assembleia Geral, detalha a empresa.


Ao longo de 2021, a petrolífera gastou 936 milhões de euros em investimento, com o 'upstream' a representar dois terços do total, ao passo que as atividades de 'downstream' absorveram 17% e as Renováveis & Novos Negócios um fatia de 15%. Considerando as receitas dos desinvestimentos, com destaque para a venda, durante o primeiro semestre, de uma participação na Galp Gás Natural Distribuição (GGND), o investimento líquido foi de 552 milhões de euros.

O 'free cash flow' (FCF) ascendeu a 397 milhões de euros e a dívida líquida aumentou para 2.357 milhões de euros, considerando também os dividendos pagos aos acionistas (de 498 milhões) e as participações não controladoras de (198 milhões), bem como outros ajustamentos, indica a empresa.

Olhando apenas ao desempenho da Galp no quarto trimestre, com um resultado líquido de 130 milhões de euros, os resultados ficaram abaixo da expetativa dos analistas da Bloomberg, cujo 'consenso' apontava para 152,8 milhões de euros.

Na sequência dos 
resultados, comunicados antes da abertura do mercado, a Galp foi a cotada mais penalizada no arranque da bolsa de Lisboa, ao desvalorizar 2,62% no arranque da sessão.

2021 foi ainda um ano que ficou marcado pela definição de uma nova aposta. "Definimos um novo propósito, renovámos a nossa estratégia, e reformulámos a nossa organização, posicionando a Galp de forma a alcançarmos a nossa ambição de sermos uma empresa com zero emissões líquidas até 2050", sinaliza Andy Brown, apontando que a Galp "não se ficou pelo planeamento".

"Ao longo de 2021, avançámos significativamente na execução estratégica de todos os nossos negócios em direção aos nossos objetivos de descarbonização", reforça o CEO da petrolífera, para quem a Galp "está a desenvolver uma proposta de valor diferenciadora para os investidores, suportada por um forte crescimento, por um ritmo superior de descarbonização e por uma remuneração atrativa para os acionistas".

E, neste quadro, da transição energética, a Galp diz esperar continuar "a entregar um crescimento médio da produção 'upstream' de 25% de 2021 para 2025, a partir de um dos portefólios de projetos mais eficientes da indústria, enquanto transforma progressivamente as suas atividades 'downstream'", bem como continuar "a expandir os seus negócios de Renováveis, com a ambição de atingir uma capacidade bruta total instalada de 12 GW até 2030, e explorar outras oportunidades na cadeia de valor energética".

Para 2022, a Galp antecipa alcançar um EBITDA na ordem dos 2.700 milhões de euros, dos quais 2.200 milhões procedentes da exploração e produção de petróleo. 






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