Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Galp regista prejuízos de 52 milhões no trimestre

O EBITDA ajustado desceu 53% para 291 milhões de euros, com quebras de 50% na unidade de upstream, 80% na refinação & midstream e 43% na comercial.

27 de Julho de 2020 às 07:47
  • 1
  • ...

A Galp Energia registou um resultado líquido ajustado (RCA) negativo de 52 milhões de euros no segundo trimestre do ano, um valor que compara com lucros de 199 milhões de euros no mesmo período do ano passado e um prejuízo de 59 milhões de euros estimado pelos analistas.

O resultado líquido IFRS foi negativo em 154 milhões de euros, "considerando um efeito de stock de -84 milhões de euros e eventos não recorrentes de -18 milhões de euros", refere a empresa em comunicado à CMVM.

Os prejuízos no segundo trimestre, em que a atividade da companhia foi fortemente afetada pela pandemia, atiraram a Galp para um resultado líquido RCA negativo de 22 milhões de euros no primeiro semestre, o que compara com 303 milhões positivos no mesmo período do ano passado.

No segundo trimestre o EBITDA ajustado desceu 53% para 291 milhões de euros, com quebras de 50% na unidade de upstream, 80% na refinação & midstream e 43% na comercial.

Os resultados operacionais (EBIT) foram negativos em 57 milhões de euros, contra um valor positivo de 386 milhões de euros no segundo trimestre do ano passado.

No comunicado à CMVM, a Galp Energia diz que a atividade da companhia foi penalizada pela "diminuição abrupta dos preços de petróleo no período", pela "redução da atividade de refinação" e pelas "menores vendas de produtos petrolíferos e gás natural no trimestre, refletindo as fracas condições de procura no período".

A Galp Energia já tinha anunciado os dados operacionais do primeiro semestre, período em que a produção total média diária de petróleo e gás natural aumentou 17%. As matérias-primas processadas baixaram 18% e as vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos diminuíram 28% "refletindo a quebra na procura provocada pelas restrições destinadas a combater o surto de covid-19".

A companhia salienta que "implementou medidas de mitigação para reduzir o impacto nos seus negócios e operações das condições de mercado inesperadas causadas pela Covid-19".

Uma das medidas passou pela redução do investimento, que desceu 43% no trimestre para 136 milhões de euros. A empresa registou um fere cash flow negativo de 10 milhões de euros e a dívida líquida aumentou 21% para 1,932 mil milhões de euros, devido sobretudo aos dividendos pagos aos acionistas.

As ações da Galp Energia estão a reagir em baixa aos resultados, com uma queda de 1,55% para 10,19 euros.

"Apesar de vivermos umas das mais desafiantes condições de mercado na história do setor, a Galp tem preservado o seu perfil único de crescimento sustentável. Tal resulta da qualidade e resiliência do nosso portfólio e das ações imediatas adotadas para preservar a posição financeira da empresa, bem como no compromisso e entrega das nossas equipas mantidas durante circunstâncias tão difíceis Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp, em comunicado


Dividendo interino não será pago este ano
No comunicado com a apresentação de resultados, a Galp Energia anunciou que este ano não vai pagar o habitual dividendo interino, sendo que a remuneração aos acionistas no que diz respeito ao exercício deste ano vai ter em conta os resultados e só será conhecida em 2021.

"A proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021", refere a empresa em comunicado, acrescentando que "não será efetuada qualquer distribuição interina no segundo semestre".

A Galp Energia aproveitou ainda para atualizar a informação sobre o negócio anunciado ao mercado no início do ano, com a aquisição de projetos de produção de energia fotovoltaica em Espanha ao grupo ACS.

Em comunicado, a empresa portuguesa refere que o acordo "recentemente assinado entre a Galp e a ACS Group foi alterado de maneira a estabelecer novos termos e condições para a transação, incluindo a criação de uma joint venture sob a qual a Galp adquire 75,01% e a ACS Group mantém uma participação de 24,99%, com uma estrutura governativa de controle conjunto".

No âmbito desta alteração, a Galp Energia refere que deverá pagar um valor entre 300 e 350 milhões de euros "na conclusão da transação pela aquisição da participação e custos de desenvolvimento passados".

Ver comentários
Saber mais Galp Energia prejuízos resultados
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio