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Galp não paga dividendo interino e investe mais 300 milhões no solar em Espanha
"A proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021", refere a Galp Energia, que anunciou ainda a constituição de uma joint venture em Espanha para a energia solar, que vai implicar o pagamento entre 300 e 350 milhões de euros.
A Galp Energia decidiu que este ano não vai pagar o habitual dividendo interino, sendo que a remuneração aos acionistas no que diz respeito ao exercício deste ano vai ter em conta os resultados e só será conhecida em 2021.
"A proposta do dividendo integral relativo a 2020 será anunciada tendo em consideração os resultados anuais, cuja divulgação é esperada no primeiro trimestre de 2021", refere a empresa em comunicado, acrescentando que "não será efetuada qualquer distribuição interina no segundo semestre".
Este ano a petrolífera liderada por Carlos Gomes da Silva pagou um dividendo complementar de 0,38375 euros e um dividendo de 0,31625 euros.
Quanto reiterou que iria remunerar os acionistas com um dividendo de 70 cêntimos relativo ao exercício do ano passado, a Galp Energia já tinha avisado que iria enquadrar a política de distribuição de dividendos "à nova realidade".
Antes da pandemia a petrolífera tinha como meta aumentar o dividendo em 10% ao ano até 2021.
O anúncio de que não vai pagar dividendo intercalar surge no mesmo dia em que a companhia anunciou que registou um resultado líquido ajustado (RCA) negativo de 52 milhões de euros no segundo trimestre do ano, um valor que compara com lucros de 199 milhões de euros no mesmo período do ano passado e um prejuízo de 59 milhões de euros estimado pelos analistas. No conjunto do semestre o resultado líquido também foi negativo em 22 milhões de euros.
Galp fica com 75% de joint venture em Espanha
A Galp Energia aproveitou ainda para atualizar a informação sobre o negócio anunciado ao mercado no início do ano, sobre a aquisição de projetos de produção de energia fotovoltaica em Espanha ao grupo ACS.
Em comunicado, a empresa portuguesa refere que o acordo "recentemente assinado entre a Galp e a ACS Group foi alterado de maneira a estabelecer novos termos e condições para a transação, incluindo a criação de uma joint venture sob a qual a Galp adquire 75,01% e a ACS Group mantém uma participação de 24,99%, com uma estrutura governativa de controle conjunto".
No âmbito desta alteração, a Galp Energia refere que deverá pagar um valor entre 300 e 350 milhões de euros "na conclusão da transação pela aquisição da participação e custos de desenvolvimento passados".
A Galp Energia anunciou em janeiro que tinha chegado a acordo com o grupo ACS para a aquisição de projetos de produção de energia fotovoltaica em Espanha no valor de 450 milhões de euros. O acordo com a empresa espanhola incluia a aquisição, desenvolvimento e construção de projetos até um valor total estimado de 2,2 mil milhões até 2023.
A petrolífera portuguesa acrescenta que "todos os custos adicionais de desenvolvimento e construção relacionados com o portefólio serão assumidos pela joint venture devendo ser project financed" e que "o contrato mantém o desenvolvimento e a construção do portfólio a ser feito pela Cobra, afiliada da ACS".