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Estados Unidos consideram que o progresso das renováveis em Portugal é "muito impressionante"
O secretário de Energia norte-americano elogiou os esforços portugueses no crescimento verde. O luso-descendente também está optimista para a reunião de Paris no final deste ano, onde 200 países vão tentar fechar um acordo para reduzir as emissões de dióxido de carbono.
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Os Estados Unidos elogiaram os resultados obtidos por Portugal no campo do crescimento verde. O elogio foi feito por Ernest Moniz (na foto), o secretário de Energia norte-americano durante a sua visita oficial a Portugal.
"Quero dizer que o progresso feito com o crescimento verde é realmente muito impressionante", disse Ernest Moniz esta sexta-feira, 10 de Julho, na conferência "Os novos desafios da energia" em Lisboa.
O governante apontou que o progresso feito "demonstra o tipo de ambição que queremos ter em Paris em Dezembro". Referia-se assim à reunião sobre as alterações climáticas que vai ter lugar na capital francesa em Dezembro e onde mais de 200 países vão tentar alcançar um acordo que substitua o Protocolo de Quioto.
"Temos muito por que estar optimistas. Em Novembro passado, o presidente Obama e o seu líder chinês comprometeram-se a uma redução significativa em termos de redução de carbono", defende Ernest Moniz. "Estamos a trabalhar no duro na estrada para Paris, mas também temos de pensar na estrada depois de Paris".
O luso-descendente também teve tempo para elogiar Mariano Gago,cientista e ministro das Ciências em várias legislaturas, recentemente falecido. "Mariano Gago era um grande líder na ciência, beneficiámos com a sua colaboração no MIT [Massachusetts Institute of Technology]".
Neste âmbito, deu os exemplos da energia fotovoltaica e eólica, cujos custos têm vindo a cair e eficiência a aumentar. Apontou o caso da região sudeste dos Estados Unidos onde durante muito tempo não se apostou na eólica devido à falta de condições naturais. Contudo, com o desenvolvimento da tecnologia, e a construção de turbinas mais resistentes e mais elevadas em altura possibilitaram o desenvolvimento da produção nesta região.
Durante a conferência, o luso-descendente, neto de açorianos, foi questionado sobre a queda do preço do petróleo nos mercados e as implicações para a economia norte-americana. Os Estados Unidos têm vindo a aumentar a produção de petróleo nos últimos anos, devido ao petróleo de xisto, para nove milhões de barris diários. "Esse aumento de produção tem sido muito bom para a nossa economia", reconhece.
Mas apesar deste aumento de produção ter levado à queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, Ernest Moniz aponta que "isso não nos deteve em nada de reduzir a nossa dependência do petróleo".
Esta redução está a ter lugar a três níveis, o aumento da eficiência nos automóveis, os combustíveis alternativos e os veículos eléctricos.
A aposta passa pelas energias renováveis, mas também pelo gás natural que tem vindo a substituir o carvão na produção de electricidade. Em pouco mais de uma década, a percentagem de electricidade produzida a partir de carvão caiu dos 50% para os 40%.