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Efacec desqualificada de concurso que tinha ganho na Noruega

A empresa tinha sido declarada vencedora de um concurso para a construção de uma central de biogás nos arredores de Oslo. Agora foi afastada.

Paulo Duarte
12 de Fevereiro de 2021 às 10:48
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A Efacec foi desqualificada do concurso para a construção de uma central de biogás na Noruega. A empresa portuguesa tinha sido declarada vencedora em dezembro do ano passado, mas agora foi afastada do processo. Segundo o jornal norueguês E24 este volta-face deve-se ao facto da Efacec não ter sido considerada "suficientemente sólida do ponto de vista financeiro".

A Nedre Romerike Avløpsselskap, empresa pública norueguesa, havia adjudicado à Efacec, no final do ano passado, a construção de um central de biogás em Lillestrøm, a cerca de 20 quilómetros da capital Oslo, um contrato no valor de 21 milhões de euros.

Na altura, quando as autoridades norueguesas decidiram a favor da Efacec, a Cambi, um dos outros candidatos derrotados, decidiu avançar para a contestação do concurso, usando como argumento o facto de Isabel dos Santos, envolvida no chamado "Luanda Leaks", ter tido sido acionista da empresa portuguesa.

"Considerada a enorme cobertura internacional do escândalo de corrupção que rodeia Isabel dos Santos e a sua antiga e agora contestada participação de mais de 70% na Efacec, estamos muito surpreendidos que a Efacec tenha participado no concurso e sido dada como vencedora", sublinhava a norueguesa Cambi em comunicado.

A proposta apresentada pela Efacec para a construção da central de biogás e que lhe permitiu então vencer o concurso, era 13 milhões de euros mais barata do que a dos outros candidatos.

A Efacec fechou 2020 com receitas de 220,2 milhões de euros, o que se traduz numa quebra de 37,6% face a 2019, um EBITDA negativo de 19,8 milhões de euros e uma dívida bruta de 198 milhões de euros.

Em julho do ano passado, na sequência do "Luanda Leaks", o Governo aprovou um decreto-lei para nacionalizar 71,73% do capital social da Efacec que estavam nas mãos de Isabel dos Santos, justificando esta opção por a empresa ser "uma referência internacional em setores vitais para a economia portuguesa". Entretanto, o Estado colocou esta participação à venda e fixou o dia 1 de março como data limite para os interessados apresentarem propostas não vinculativas para a compra desta posição.

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