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EDP Brasil não está preocupada com o impeachment de Dilma
A companhia conta com mais de três milhões de clientes no Brasil e está a construir várias centrais hídricas. O líder da operação brasileira aponta que este é um "momento muito desafiante" para o pais.
A EDP Brasil pesou 17% nos lucros do grupo de energia em 2015. A companhia segue com atenção a crise política no país e afasta consequências negativas para a operação da companhia.
"Não temos qualquer preocupação em relação ao que é a sustentabilidade no mercado brasileiro em função do cenário político", disse o presidente executivo da EDP Brasil em conferência de imprensa esta quinta-feira, 5 de Maio, após o Capital Markets Day em Londres.
O tema do momento no país é o "impeachment", e o Senado pode vir a votar na próxima semana a destituição de Dilma Rousseff. Sobre este processo, a EDP Brasil espera pelo desfecho: "Nas próximas semanas vamos saber se Dilma Rousseff vai ser suspensa e se o vice-presidente Michel Temer vai tomar conta do Governo brasileiro", sintetizou.
O gestor sublinhou que as previsões económicas apontam para uma melhoria do ambiente macroeconómico em caso de impeachmen, como uma "eventual redução da taxa de juros, eventual redução de inflação e a recuperação da economia". Melhorias que podem vir a ter um "impacto positivo" nos resultados da EDP Brasil.
"Isto é claramente um momento muito desafiante e surpreendente da história brasileira", disse Miguel Setas. A EDP Brasil tem 3,3 milhões de clientes no Brasil nos estados de São Paulo e no Espírito Santo. A companhia tem uma capacidade instalada de 2,7 gigawatts (GW) e iniciou a produção da central hídrica de Santo António do Jari (373 megawatts) em Janeiro deste ano. Até 2018, a EDP Brasil prevê inaugurar mais duas centrais com mais de 900 MW: Cachoeira Caldeirão e São Manoel.