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Combustíveis: Greve coloca em perigo recolha do lixo no Grande Porto
As câmaras do Grande Porto têm em perigo a recolha do lixo caso a falta de combustível persista na quinta-feira, disse à agência Lusa o administrador-delegado da Lipor, Fernando Leite.
A Lipor - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto - é a entidade responsável pela gestão, valorização e tratamento dos Resíduos Urbanos produzidos pelos oito municípios que a integram: Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde, missão que segundo o responsável está ameaçada pela greve dos motoristas de matérias perigosas que decorre por tempo indeterminado.
"É preocupante a situação nas oitos câmaras quanto às frotas de recolha de resíduos", sublinhou Fernando Leite, de um serviço prestado por "cerca de 250 viaturas pesadas".
E prosseguiu: "se a situação não for desbloqueada até amanhã [quinta-feira], começarão as câmaras a ter de parar alguns giros de recolha, o que provocará inevitavelmente perigos na higiene e salubridade de locais públicos".
Quanto ao trabalho que decorre na Lipor, onde é feita a incineração dos resíduos recolhidos, Fernando Leite disse que a "questão não será crucial", na expectativa de que a "greve se resolva até ao fim de semana".
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas "praticamente" com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está "inteiramente assegurado" para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder "aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço".
No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a "situação de alerta" devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.
Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.