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"Abutre da Argentina" investe 260 milhões para entrar no capital da EDP

O "hedge fund" de Paul Singer, conhecido no mercado por "abutre da Argentina", passou a controlar 2,2925% do capital da EDP.

Paul Singer , líder do fundo "abutre da Argentina" Bloomberg
16 de Outubro de 2018 às 18:43
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O fundo Paul Elliott Singer, conhecido como "abutre da Argentina", entrou no capital da EDP, anunciou a eléctrica em comunicado à CMVM.

O fundo liderado pelo conhecido investidor activista Paul Singer passou a controlar 2,2925% do capital da eléctrica liderada por António Mexia, detendo em carteira um total de 83.827.873 acções acções.

"No dia 16 de Outubro de 2018, Paul Elliott Singer comunicou à EDP que detém uma participação qualificada, nos termos do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários (CVM), composta por 83.827.873 acções, representativas de 2,2925% do capital social da EDP e respectivos direitos de voto", refere um comunicado emitido pela EDP à CMVM, adiantando que "a participação de Paul Elliott Singer ultrapassou o patamar de 2% do capital social da EDP no dia 10 de Outubro de 2018".

A entrada de Singer na EDP foi assim efectuada nos últimos dias e abaixo do preço da OPA da China Three Gorges (3,26 euros). Tendo em conta a cotação de fecho desta terça-feira (3,111 euros), a posição deste fundo representou um investimento de cerca de 260 milhões de euros. 
 
Singer entra após saida do Capital Group
A entrada da Elliott coincide com a saída de um dos accionistas históricos da EDP. Foi anunciado no domingo que o fundo norte-americano Capital Group deixou de ter qualquer posição no capital da EDP, culminado o processo de desinvestimento na eléctrica portuguesa, onde há menos de um mês controlava mais de 10%.

 

Na altura, o presidente da EDP, António Mexia, comentou a decisão como uma reacção à alteração de regras, em particular no que se referia à decisão do Governo de forçar a eléctrica a devolver a sobrecompensação de 285 milhões de euros no âmbito dos CMEC.

Singer ficou conhecido por "Abutre da Argentina" por ter sido dos investidores que mais pressionou este país da América do Sul a pagar a dívida. Singer foi um dos 7% de credores que recusaram participar na reestruturação de dívida da década passada e tentou confiscar alguns bens do Estado. Quase dez anos depois, o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA obrigou a Argentina a pagar os 1,5 mil milhões de dólares que lhe devia.

 

Em 1995, comprou 20 milhões de dólares em dívida do Peru e, depois da falência do país, ganhou um processo em tribunal de 58 milhões.

 

No Verão de 2014, este fundo apostou na queda das acções da Portugal Telecom, depois de anunciado o investimento de 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte. 

(Notícia actualizada às 18:58 com mais informação)

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