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Catroga para Costa: “Os accionistas da EDP precisam de falar consigo”
Mas porque é que o chairman da EDP convidou o primeiro-ministro? Uma das hipóteses é a tarifa social na energia que o actual Governo pretende alargar para um milhão de famílias. A outra hipótese poderá ser a a taxa extraordinária na energia que custou 62 milhões à EDP em 2015.
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O chairman da EDP convidou o primeiro-ministro a ter uma conversa com os accionistas da companhia energética. Eduardo Catroga aproveitou a presença de António Costa numa cerimónia na Fundação EDP para fazer o convite pessoalmente.
"Os accionistas da EDP precisam de conversar consigo", disse o presidente do Conselho Geral e de Supervisão ao primeiro-ministro na quarta-feira, 20 de Abril. António Costa limitou-se a responder com um "muito bem, muito bem", conforme conta a SIC.
Mas porque é que os accionistas da EDP querem falar com António Costa? Uma das hipóteses é a tarifa social na energia que o actual Governo pretende alargar para que chegue a um milhão de famílias. A outra hipótese poderá ser a a Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE), que o Executivo de António Costa manteve para este ano, e que custou 62 milhões em 2015.
O presidente executivo da EDP voltou a criticar esta semana as mexidas previstas para a tarifa. António Mexia disse concordar com a sua existência, mas defendeu que a "política social se faz através dos impostos ou dentro dos preços dos bens que estão em causa".
Nessa ocasião, na assembleia-geral de accionistas na terça-feira, Eduardo Catroga, sugeriu que a solução para a tarifa social poderia passar pela redução do IVA, apontando que a taxa de 23% cobrada na electricidade em Portugal é superior à média europeia de 16%.
Um dia depois, o primeiro-ministro foi à Fundação EDP, onde aproveitou para agradecer à energética por ter de suportar os encargos com a tarifa social de energia.
"Sei que cumprir a lei é um dever, mas também sei que há normas e deveres que são impostos e que é justo que sejam acompanhados do devido agradecimento. A tarifa social merece o nosso reconhecimento pelo esforço que isso implica para as empresas, particularmente para a EDP", disse António Costa.
Foi precisamente nesta ocasião que Eduardo Catroga, que foi ministro das Finanças de Cavaco Silva, convidou António Costa para a conversa com os accionistas da EDP. E aproveitou também para se oferecer como intermediador.
Segundo as contas da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), se a tarifa social chegasse aos 500 mil beneficiários este ano, os descontos teriam um custo total de 32 milhões de euros, isto segundo o actual modelo. O Governo pretende agora levar a tarifa social a um milhão de beneficiários, o que vai aumentar a factura das eléctricas para 100 milhões.