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Governo vai receber accionistas chineses da EDP
Dois dos temas que mais têm preocupado a EDP são o do alargamento da taxa extraordinária sobre a energia e o do novo modelo para a tarifa social. E deverão estar em cima da mesa na reunião que vai ter lugar no Ministério da Economia.
O Governo de António Costa vai receber os accionistas chineses da EDP. A reunião entre Caldeira Cabral e os líderes da China Three Gorges vai ter lugar no Ministério da Economia na quarta-feira, 25 de Maio, sabe o Negócios.
A comitiva conta com vários membros da cúpula da eléctrica estatal chinesa, incluindo o presidente-executivo, Wang Lin, o presidente não-executivo, Lu Chun, e o administrador financeiro, Yang Ya.
O encontro vai assim contar com o ministro da Economia, os líderes chineses, e o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches.
Esta reunião acontece a pedido do accionista maioritário da empresa liderada por António Mexia, que em 2011 pagou 2,7 mil milhões para comprar 21,3% da eléctrica. E tem lugar um mês depois de o presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP ter feito um convite ao primeiro-ministro. "Os accionistas da EDP precisam de conversar consigo", disse Eduardo Catroga a António Costa.
Na altura, o chairman da eléctrica não revelou os motivos para o convite. Mas os líderes da Three Gorges devem trazer uma pasta cheia de vários temas para tratar, na semana em que o Governo de António Costa completa seis meses.
Dois dos temas que mais têm preocupado a EDP são o do alargamento da taxa extraordinária sobre a energia e o do novo modelo para a tarifa social.
O novo regime da tarifa social foi proposto pelo Bloco de Esquerda e aceite pelo Governo de António Costa. As mudanças entram em vigor no mês de Julho e prevêem a atribuição automática da tarifa social aos consumidores economicamente carenciados. O desconto vai ser totalmente suportado pelo sector eléctrico e António Mexia já avisou que vai pesar 40 milhões nas contas da empresa.
Já a Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE) vai ser alargada até 2020, conforme avançou o Negócios recentemente. A taxa vai passar dos 150 milhões por ano para 90 milhões. No actual modelo, a EDP paga 60 milhões.
Entre tarifas sociais e taxas extraordinárias, a EDP pagou 200 milhões de euros devido a decisões políticas nos últimos três anos. "A fiscalidade e a regulação tiveram um impacto muito significativo nas receitas da companhia", disse o presidente-executivo da eléctrica no início de Maio.
António Costa agradeceu recentemente à EDP por suportar a factura com a tarifa social. António Mexia respondeu ao Governo relembrando os compromissos assumidos com os chineses em 2011. "Há compromissos claros assumidos com a empresa, com os investidores e em particular com os investidores que participaram no processo de privatização".