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Governo quer leilão de eólico offshore “grande” com mínimo de 6 a 8 GW em 2023

Governo já teve várias reuniões com as maiores empresas mundiais deste setor, como a espanhola Iberdrola, a dinamarquesa Orsted, o consórcio luso-francês EDP/Engie e até empresas alemãs.   

João Galamba quer ter o quadro regulatório e legal antes do fim do mês de agosto.
Stephanie Lecocq/EPA
31 de Maio de 2022 às 13:48
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O secretário da Energia João Galamba, anunciou esta terça-feira na feira industrial Hannover Messe, na Alemanha, que o leilão de energia eólica offshore que o Governo tem planeado para 2023 "vai acontecer o mais rapidamente possível e vai ser grande, com uma capacidade mínima entre 6 e 8 GW".

Será um leilão "mais complexo do que os outros, que não se lança em apenas três meses, porque envolve industrialização de portos", e por isso o Governo quer "começar o quanto antes os trabalhos". Com as tecnologias da energia solar e do eólico onshore "já maduras", Galamba diz que é tempo agora de apostar no offshore para acelerar a transição energética.

"Vamos fazer essa avaliação e lançar o leilão de energia offshore o mais rapidamente possível porque face às enormes necessidades de eletricidade que vamos ter associada, devemos olhar também para o mar. É uma alternativa. A redução de custos da tecnologia flutuante está a acontecer e a acelerar", disse, garantindo que o interesse existe e o Governo tem reunido com as maiores empresas mundiais deste setor que estão interessadas em vir para Portugal, como a espanhola Iberdrola, a dinamarquesa Orsted, o consórcio luso-francês EDP/Engie e até empresas alemãs.   

"O facto de Portugal ter infraestruturas da rede elétrica ao longo da costa, que vai ser reforçada nos próximos anos, permite o uso extensivo desta tecnologia no futuro", disse no seu discurso perante uma plateia de empresários portugueses e alemães.

O ex-ministro do Ambiente, Matos Fernandes, anunciou em março o interesse do Governo em realizar um leilão de capacidade eólica no mar português, com o processo a arrancar este ano para que o dia da licitação possa ter lugar em 2023. Na altura chegou mesmo a dizer em declarações à Reuters que o leilão de energia offshore flutuante poderia ser realizado já este verão, com uma capacidade entre 3 e 4 GW, datas e números prazo que o anúncio feito por Galamba vem agora alterar. 

O responsável da pasta da Energia, setor que está em destaque na maior feira industrial do mundo, que em 2022 tem Portugal como país convidado, prometeu ainda que o Governo vai acelerar o licenciamento para projetos solares fotovoltaicos e de gases renováveis, como o hidrogénio verde, entre outros.

"No licenciamento eólico temos processos mais rápidos do que noutros países. No mês passado simplificámos os procedimentos e encurtámos os prazos para o licenciamento para o solar, em que tudo ia à APA e entupia, e para o hidrogénio", disse. Além disso, Bruxelas quer ver os projetos renováveis a avançar rapidamente e decretou que todos, sem exceção, são de "interesse público" e se sobrepõem a todos os outros, com regras mais simplificadas.  

Governo lança projeto piloto em Sines para criar uma "Go to Area"

Galamba anunciou também que no contexto do REpowerEU e das "Go to Areas" criadas pelo novo plano da UE vai ser lançado um projeto piloto em Sines, "onde temos um conjunto de projetos [desde o data center, a refinaria, o projeto da Repsol, o projeto da Fusion Fuel, da EDP, entre outros] que precisam de muito solar e muito eólico". Na prática, explica, tem agora dois anos para "identificar as áreas do território com licenciamento hipersimplificado, que não pode demorar mais de um ano".

"Iremos avaliar com a APA e com o ICNF estas áreas com impacto ambiental reduzido, onde será feita uma avaliação ambiental estratégica. Os projetos nessas áreas não terão avaliação de impacto ambiental", esclareceu.

*A jornalista viajou para Hannover a convite da aicep
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