Chama-se "Welcome BPI" o comité criado pelo Banco Comercial Português (BCP) para preparar a eventual fusão entre as duas instituições, caso a oferta pública de aquisição (OPA) seja bem-sucedida.

Segundo o "Diário de Notícias", há já alguns meses que a task force está a funcionar no Tagus Park, em Oeiras, onde está sediada a maior área de back office do grupo liderado por Paulo Teixeira Pinto.

Segundo o DN apurou, o grupo de colaboradores destacado para esta tarefa não é muito vasto, mas está em estreita ligação com todas as áreas de negócio do BCP, a fim de preparar a integração do BPI.

A todo este trabalho de preparação está subjacente a ideia de que a integração por fusão do banco liderado por Fernando Ulrich deverá seguir a metodologia mais adequada para cada área de actividade. Ou seja, há que fazer uma avaliação sobre qual o melhor método de trabalho em cada negócio, se o do BCP ou o do BPI.

A resposta a esta análise determinará qual a solução a adoptar. Por exemplo, se a forma de trabalhar o crédito à habitação no BCP e a mesma forma de o fazer no BPI forem distintas, apura-se qual o melhor procedimento e esse será o que vingará na futura instituição.

Para a realização deste trabalho, os colaboradores do BCP estão a recorrer a uma certa "espionagem industrial". Além do recurso à informação pública disponibilizada pelo BPI, o BCP recorre igualmente aos seus balcões como qualquer cliente, a fim de se inteirar sobre alguns dados "menos públicos" do negócio bancário da instituição que pretende adquirir.

O comité "Welcome BPI" está em interligação com todas as áreas do banco, que desta forma estão também já a receber informação sobre o BPI, preparando-se para a integração das práticas desta instituição.

Quanto ao timing para a integração, o DN apurou que o BCP espera concluir a eventual integração do BPI num prazo de seis meses após a conclusão da OPA. A preparação antecipada levada a cabo por este comité, a par da experiência colhida com a integração passada do Atlântico, Mello e Sotto Mayor, permite aos responsáveis do BCP traçar uma previsão de fusão por integração mais rápida que as anteriores. A isto acrescenta ainda uma maior proximidade de procedimentos bancários entre as duas actuais instituições, ao contrário do que aconteceu, por exemplo, com o Atlântico.

A escolha do nome do comité também não é inocente. O BCP quer deixar passar a mensagem de que a integração será feita sem "dramas", numa atitude de total cordialidade, sem afrontar a cultura de empresa do BPI. Portanto, para o BCP, caso a OPA seja bem sucedida, o BPI será "bem-vindo".