A Volkswagen, a maior fabricante de automóveis da Europa, pretende despedir cerca de 20 mil trabalhadores, um anúncio feito no dia em que revelou que os lucros do último trimestre do ano passado quase duplicaram com o aumento da procura dos seus automóveis e com os acordos salariais conseguidos com os trabalhadores.

A VW está a implementar um programa de reestruturação da empresa, para os próximos três anos, que poderá afectar cerca de «20 mil trabalhadores do grupo, directa e indirectamente», segundo o comunicado da marca citado pela Bloomberg.

Segundo o porta-voz da fabricante, Thomas Mickeleit, «não significa que estamos a falar de 20 mil despedimentos», acrescentando que «algumas pessoas poderão passar de um emprego para outro, parte desses poderão ir para o desemprego».

Este anúncio de reestruturação da empresa foi feito na apresentação dos resultados anuais da VW. Segundo os dados fornecidos pela fabricante, em 2005 os lucros subiram 62% para os 1,12 mil milhões de euros, dos 693 milhões do ano anterior. No último trimestre, segundos os cálculos da Bloomberg, a marca alemã conseguiu lucros de 435 milhões de euros, quase o dobro do verificado no mesmo período do ano anterior, superando as estimativas dos analistas consultados pela agência de informação.

A contribuir para os resultados da marca esteve a forte procura de automóveis da fabricante, com a introdução das novas versões do VW Passat e do Audi A4. A impulsionar os lucros anuais estive também a redução de custos em cerca de 3,5 mil milhões de euros conseguida pelo presidente executivo Bern Pischetsrieder.

Na sessão de hoje, as acções da Volswagen dispavam mais de 8% para os 55,04 euros, o valor mais elevado dos últimos três anos.