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Viana do Castelo com os olhos postos em Espanha
A proximidade de Espanha é essencial para a região de Viana, onde as empresas portuguesas trabalham para grandes clientes como a Inditex. Os responsáveis pedem, no entanto, que a banca portuguesa copie o exemplo da espanhola e vá apoiar as sociedades nacionais.
O mercado espanhol foi o foco das atenções no Roadshow Portugal Global em Viana do Castelo, organizado pela AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), e cada vez mais os ventos espanhóis trazem casamentos com os negócios portugueses.
"Estamos na Galiza porque crescemos muito com a Inditex. A maior parte dos tapetes lá são cosidos aqui em Viana assim como necessaires, tapetes e almofadas. Investimos numa técnica de estampagem que ainda não existe aqui", contou Sérgio Peixoto, director comercial da Vianatece.
Já a Mar Ibérica, produtora de peixe congelado, retira 18% do total das suas exportações de Espanha e está bem implantada no mercado galego, até porque a sociedade é de capitais mistos, galegos e portugueses.
O veículo foi "a aquisição de uma empresa na Galiza", contou Martinho Silva, director executivo da sociedade. Para Martinho Silva, "com quadros locais e uma empresa local, foi muito vantajoso" o investimento na região. O responsável tem pena, no entanto, que as ligações ferroviárias não correspondam ao potencial dos negócios na região. E contou que os gostos são diferentes em mercados como Espanha e Itália, com mais poder de compra e que optam por peixe de maior dimensão, e Portugal que compra mais filetes.
Por sua vez Francisco Contreras, secretário-geral da CCILE (Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola), pediu que a banca portuguesa actue em Espanha como a do país vizinho actua em Portugal: "a entrada da banca espanhola cá trouxe muitas empresas espanholas. Uma maior presença da banca portuguesa em Espanha ajudava muito as empresas nacionais", referiu o responsável.
Maria Geraldes, directora do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Galiza – Norte de Portugal, deu conta dos esforços do organismo para "converter a euro-região num território mais atractivo e regional". Entre os programas que este organismo dinamiza estão o sector têxtil, da cultura, turismo e educação. O objectivo é aproximar as entidades regionais e as empresas do Norte e da Galiza e incentivar a mais negócios e experiências partilhadas.