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Vender Vivo e aumentar dividendos são as soluções da PT

A Sonaecom cedeu e reviu em alta a contrapartida na OPA à PT, oferecendo o que chamou o “preço da paz”. Mas o gesto poderá não ser suficiente para quebrar a hostilidade do conselho de administração (CA) da operadora, que hoje reúne e deverá optar por volt

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A Sonaecom cedeu e reviu em alta a contrapartida na OPA à PT, oferecendo o que chamou o "preço da paz". Mas o gesto poderá não ser suficiente para quebrar a hostilidade do conselho de administração (CA) da operadora, que hoje reúne e deverá optar por voltar a rejeitar a oferta. Os analistas antecipam o que Granadeiro vai oferecer a mais aos accionistas.

Certo é que a família Azevedo colocou a pressão do lado da PT, que vai esta tarde reagir à nova oferta e contrariar o sentimento do mercado, que aponta para o sucesso da operação.

Reforçar o pacote de remuneração aos accionistas e vender a posição na Vivo poderão ser os dois trunfos que, segundo os analistas, Henrique Granadeiro terá na manga para convencer os accionistas a não cederem à nova ofensiva.

"Admitindo que a posição de que os 10,50 euros não são suficientes – defendida por Henrique Granadeiro – é consensual no ‘board’ da PT que a empresa deverá aumentar em dinheiro o dividendo entretanto anunciado", afirma Teresa Martinho, do Banif Investimento. No entanto, não adianta qualquer valor.

"Calculamos que a PT valha agora 10,40 euros perante uma defesa mais agressiva, envolvendo a venda da sua parte na Vivo e o compromisso de se desfazer de outros activos como a Meditel e Macau", refere o Credit Suisse, numa nota de "research" de hoje.

Outro analista internacional que acompanha a operação considera que "a subida dos dividendos é a melhor arma que o ‘board’ tem para oferecer aos accionistas, como ficou recentemente provado, depois de ter sido anunciado um reforço considerável do pacote de remuneração".

Este foi, aliás, um dos assuntos mais debatidos na "conference call" da Sonaecom na sexta-feira. O Jornal de Negócios apurou que, nesse encontro, a empresa liderada por Paulo Azevedo mostrou-se inflexível quanto à alteração do preço da oferta, caso a distribuição das reservas (equivalente a dividendos) da Portugal Telecom venha a ser aprovada em assembleia geral.

A remuneração aos accionistas é uma das "bandeiras" da estratégia de defesa da PT à OPA hostil lançada pela Sonaecom. O CA já adiantou que vai propor o pagamento de um dividendo de 0,475 euros por acção relativo ao exercício de 2006, isto depois de já ter pago semelhante dividendo no ano passado. No total, a proposta de remuneração da PT que está em cima da mesa aponta para 3,5milmilhões de euros.

Mas apelar à carteira dos accionistas poderá não ser suficiente. Nuno Vieira, do Millenniumbcp, é peremptório quanto à necessidade de a PT ter de vender a sua posição de 50% na operadora móvel brasileira Vivo.

" Uma das medidas que a administração terá de fazer é vender a Vivo. É inevitável que isso aconteça", refere o analista, que considera que a parceria com a Telefónica no Brasil "não trás qualquer valor".

Teresa Martinho diz que a estratégia no Brasil está ainda aberto e tanto poderá ser no sentido de venda como de compra da participação da Telefónica.

No entanto, acredita que, "neste cenário de hipóteses, o mais provável é a venda da Vivo".

A alienação da Vivo foi precisamente uma das medidas que esteve em cima da mesa de discussão na estratégia de defesa da PT, que acabou por se concentrar no "spin-off" da PTMultimédia e na subida da remuneração dos accionistas.

Mas a redefinição da estratégia internacional não se limita ao Brasil. O analistado Milleniumbcp fala na clarificação do valor dos activos em África. "Uma das coisas a fazer será demonstrar aos accionistas com maior clareza o real valor do ‘portfolio’ em África", refere Nuno Vieira.

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