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Lisgráfica às portas da falência após recuperação chumbada

A gráfica viu o tribunal recusar a homologação do plano de recuperação e nomear um administrador de insolvência para liderar a empresa.

João Cortesão
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A Lisgráfica está às portas da falência após o tribunal ter recusado homologar o plano de recuperação da empresa, indica esta sexta-feira a gráfica em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Num curto comunicado, a gráfica que era responsável pela impresão de títulos como Expresso, Visão e Sábado, dá conta que "o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, Juízo de Comércio de Sintra – juiz 6 de Sintra decidiu não homologar o plano de recuperação da Lisgráfica. Deliberou ainda que a administração da Lisgráfica ficava entregue ao administrador de insolvência Dr. Nuno Nascimento Lemos".

Em junho, os credores tinham aprovado o plano de recuperação da Lisgráfica que previa o pagamento integral dos créditos laborais, dos créditos da Autoridade Tributária e da Segurança Social em 120 prestações mensais, após período de carência - não especificado -, e o perdão de 95% dos créditos comuns e de 100% dos créditos subordinados.

Em fevereiro, o administrador de insolvência revelou ao Negócios que a lista de créditos apresentada pela Lisgráfica apontava que a Segurança Social tinha a haver 2,1 milhões e o Fisco 600 mil euros, com Nuno Nascimento Lemos a ressalvar que estava ainda a decorrer o período para a reclamação de créditos, pelo que a lista definitiva só deveria ser conhecida mais tarde.

Em junho, aquando da aprovação do plano de recuperação, o mesmo gestor judicial adiantou ao Negócios que a dívida total reclamada da Lisgráfica rondava os 78,7 milhões de euros, ressalvando que neste montante estão incluídos os créditos sob condição, que só seriam validados se a empresa não visse aprovado o plano de recuperação, ou seja, se seguisse para liquidação. 

A banca, entre os quais o BCP e o Novo Banco - que já deverão ter reconhecido as suas perdas nesta empresa por cessão de créditos ou em sede de imparidades -, surgem à frente das centenas de credores da Lisgráfica, que conta com 120 trabalhadores.

Notícia atualizada pelas 16:30

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