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Varig pode sofrer arresto de mais aviões
A Varig, companhia aérea brasileira que está num processo de reestruturação no qual a TAP quer participar, poderá vir a sofrer o arresto de mais aviões, pois a companhia, apesar de estar em processo de recuperação judicial, não tem pago os contratos de al
A Varig, companhia aérea brasileira que está num processo de reestruturação no qual a TAP quer participar, poderá vir a sofrer o arresto de mais aviões, pois a companhia, apesar de estar em processo de recuperação judicial, não tem pago os contratos de aluguer dos aparelhos.
Segundo noticia do jornal «Valor Econômico», a próxima semana promete ser crítica para o processo de recuperação judicial da Varig.
A Internacional Finance Leasing Corporation (IFCL) esteve na origem do recurso da Varig ao processo judicial de recuperação de empresas para evitar o arresto de 11 aviões da sua frota, que constitui o principal activo da empresa brasileira, por falta de pagamento.
Na quarta-feira, a Varig vai ser ouvida no Tribunal de Falências de Nova Iorque, tendo como objectivo voltar a receber parte dos aviões arrestados.
O juiz americano Robert Drain tinha concedido uma liminar impedindo arrestos de aviões alugados por empresas dos EUA, mas estabeleceu como condição que a Varig honrasse o pagamento do aluguer dai em diante.
A ILFC argumenta ainda, na moção entregue à corte nova-iorquina, que a Varig tem quebrado o contrato ao não fazer a manutenção adequada dos aviões e ao «canibalizá-los», retirando peças para colocar em outras aeronaves.
A Varig, com o pedido de recuperação, está protegida judicialmente desde Junho, mas a situação económica difícil que atravessa impede-a de pagar o aluguer dos aviões, pelo que a empresa poderá sofrer o arresto de novos aviões.
A solução para os problemas de caixa da Varig poderia vir da venda, efectuada esta semana, da VarigLog, por 38 milhões de dólares.
Mas esta operação está a sofrer entraves, pois tem que ser aprovada pela justiça brasileira e pelos credores da companhia. Os sindicatos dos trabalhadores já revelou que está contra, o que poderá, no mínimo atrasar a operação.
«De facto, há risco de atraso no negócio com o fundo [que aceitou comprar a VariLog]. O dinheiro pode não estar no caixa na quarta-feira, mas há a perspectiva de entrar», diz Daltro Borges, sócio do escritório Sérgio Bermudes, que representa a Varig na recuperação judicial, ao mesmo jornal.
«Se não for feito algo rápido, pode ser o início de uma derrocada muito séria», afirma ele, completando que «o sindicato que não concorda com a venda da VarigLog é o mesmo que bate na porta para reclamar dos salários em atraso».
Quando a Varig pediu a recuperação, em 17 de Junho, esperava obter um alívio financeiro, protegida pela moratória de 180 dias que a legislação autoriza. Mas uma sucessão de episódios com os quais a direcção da empresa não contava provocou efeito inverso e agravou o seu problema financeiro.
Os fornecedores nacionais e estrangeiros deixaram de vender a prazo e passaram a exigir pagamento à vista. Algumas instituições, como as administradoras de cartão de crédito, passaram a exigir garantias maiores para continuar a trabalhar com a Varig.
A poucas semanas de se esgotar o prazo para que a Varig apresente a proposta de reestruturação à Justiça, em meados de Setembro, há pouca coisa delineada, segundo fontes próximas. «Ainda não existe plano algum», queixa-se um credor.