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Tranquilidade reconhece perdas superiores a 200 milhões com exposição ao GES

A Tranquilidade reconheceu perdas extraordinárias de 206,6 milhões de euros com a sua exposição ao Grupo Espírito Santo (GES) nas contas de 2014, das quais 140,3 milhões de euros são menos valias ligadas à dívida do grupo.

Sofia A. Henriques/Negócios
06 de Abril de 2015 às 20:11
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"A Tranquilidade fechou 2014 com um resultado 'pro forma' das suas operações correntes de 18,3 milhões de euros. No entanto, teve de reconhecer perdas extraordinárias de 206,6 milhões" de euros, lê-se numa nota enviada à agência Lusa pela seguradora.

 

Do total das perdas reconhecidas, "140,3 milhões de euros foram referentes a menos valias ligadas à dívida do GES e o restante a perdas em investimentos também relacionados com o GES", especificou a Tranquilidade.

 

A entidade revelou que concluiu no final de Março a etapa de recapitalização, apresentando agora uma margem de solvência superior a 300%, o que lhe "assegura a manutenção da solidez de referência no mercado que sempre teve".

 

Com a injecção de capital feito na seguradora pelos novos donos, os norte-americanos da Apollo, a Tranquilidade cumpre "todos os demais rácios prudenciais, incluindo os de representação das provisões técnicas", destacou a companhia. E realçou: "Este aumento traz à companhia maior capacidade de investimento e de desenvolvimento da sua rede de distribuição".

 

De acordo com a seguradora, que conta com quase 150 anos de existência, a Tranquilidade "entra assim numa nova era de solidez, investimento e crescimento".

 

Em meados de Janeiro último, a Apollo fechou a compra da seguradora que fazia parte do GES ao Novo Banco - o banco de transição que resultou da medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal ao Banco Espírito Santo (BES) no verão passado -, passando a ser o único accionista da Tranquilidade.

 

O negócio terá sido fixado em torno de 215 milhões de euros, dos quais 50 milhões de euros em dinheiro e mais de 150 milhões de euros foram garantidos para reforçar os capitais da instituição.

 

Com esta operação, o grupo Apollo passou a controlar todos os activos da Companhia de Seguros Tranquilidade, incluindo todas as suas participações, nomeadamente, T-Vida, Logo, Tranquilidade Moçambique e Tranquilidade Moçambique Vida.

 

O grupo Apollo passa também a controlar as participações que a Tranquilidade detém na Corporação Angolana de Seguros, BES Seguros, Europ Assistance Portugal, Esumédica e na Contact.

 

No caso da participação que a Tranquilidade detém na AdvanceCare, esta foi adquirida directamente pelo grupo Apollo.

 

O grupo Apollo é um gestor de fundos de referência mundial, que gere activos no valor de 127 mil milhões de euros, está cotado na Bolsa de Nova Iorque e conta com 10 escritórios na América do Norte, na Europa e na Ásia.

 

Fundada em 1871, a seguradora Tranquilidade tem uma rede de distribuição com mais de 1.800 pontos de venda, 80 corretores, 1.400 agentes multimarca e 400 agentes exclusivos.

 

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