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Trabalhadores da Autoeuropa sem margem para ceder

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa diz que apenas tem margem para negociar a proposta por si apresentada à administração.

22 de Maio de 2009 às 09:00
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A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa diz que apenas tem margem para negociar a proposta por si apresentada à administração.

“Da nossa parte, há margem para negociar a proposta que apresentamos à administração da empresa. Nada mais”, garante António Chora, presidente da comissão de trabalhadores da fabricante automóvel.

“Se o Governo pede mais flexibilidade por parte da empresa, tem razão fazê-lo. Mas se pede mais flexibilidade por parte dos trabalhadores não tem razão nenhuma, pois temos sempre feito tudo para levar a Autoeuropa a bom porto”, defendeu este responsável, em declarações ao Negócios.

Em causa está o impasse negocial em que se encontram trabalhadores e administração. Um dos principais pontos de divergência prende-se com a remuneração do trabalho aos sábados no próximo ano. Tendo em conta a redução da produção na fábrica de Palmela, a Autoeuropa pretende pagar apenas trabalho suplementar nesses sábados a partir do momento em que o saldo de downways (dias de não produção compensados mais tarde). Os trabalhadores reinvindicam um modelo de pagamento misto, com descontos no banco de horas e parcelas de tempo remuneradas.

Empresa e trabalhadores dizem estar empenhados em chegar a um acordo. Mas a administração, que esta semana se afastou unilateralmente das negociações, não avançou ainda com a sua intenção de retomar o processo de diálogo laboral. “Desde 2005 que não tínhamos um momento destes”, analisa António Chora.

“Esperamos que a administração retome negociações. Mas se ela não ceder, podemos estar perante um impasse”, acrescenta.

Empresários e governo criticam

“Numa altura em que há falta de emprego, as pessoas ainda têm uma exigência estranha. Quando há tanta gente a querer qualquer emprego, as pessoas não querem trabalhar ao sábado, não aceitam o princípio do número de horas anual. E depois não é como decidir este tipo de questões em Portugal. Porque se a administração da Volkswagen decidir fechar, fecha amanhã e depois logo se vê”. Estas declarações foram ontem feitas por Belmiro de Azevedo, numa crítica à posição dos trabalhadores da empresa.

E o “Diário Económico” escreve hoje que o Governo está fortemente preocupado" com a "inflexibilidade" da Comissão de Trabalhadores da Autoeupoa, citando fonte governamental não identificada.

Para António Chora, a preocupação justifica-se na medida da importância da empresa para a economia nacional. E garante que a Comissão de Trabalhadores não foi contactada por qualquer entidade ou responsável governamental no âmbito destas negociações.

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