Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Os solavancos da locomotiva alemã

A principal economia europeia tem dado sinais preocupantes. A nível político, a demissão do ministro das finanças precipitou o fim da coligação e a marcação de eleições antecipadas. A nível económico, a produção industrial tem vindo a cair e Trump do outro lado do oceano pode piorar o cenário.

A carregar o vídeo ...
  • ...

A 6 de novembro, o chanceler alemão demitiu o ministro das finanças, colocando um fim à coligação que governa o país desde dezembro de 2021. Olaf Scholz alegou perda de confiança e acusou o ministro das finanças, Christian Lindner, de servir o próprio partido e não o bem comum. 

Em causa estão divergências sobre reformas económicas que se acentuaram com a publicação de um manifesto pelos liberais do FDP exigindo reformas liberais com as quais os parceiros de coligação não concordam.

O líder do partido liberal tem vindo a rejeitar aumentos de impostos e mudanças nos limites de endividamento do país. Por outro lado, os sociais-democratas e os Verdes, defendem um maior investimento do Estado e recusaram propostas dos liberais para levar a cabo cortes em programas sociais. 
 
Agora, a 16 de dezembro será votada uma moção de confiança do chanceler alemão e haverá eleições antecipadas, que devem acontecer a 23 de fevereiro. 

E a economia? 


Para este ano, o Governo alemão está menos otimista e prevê uma nova contração do PIB de 0,2%. A confirmar-se, serão dois anos consecutivos com o produto a encolher, algo que não acontecia desde o início do século (2002 e 2003). Já para 2025, Berlim espera um crescimento anual modesto de 1,1%, e de 1,6% em 2026.  
 
O ministro da economia considera que "a Alemanha e a Europa estão comprimidas entre a China e os EUA e têm de aprender a afirmar-se". Robert Habeck aponta a insegurança energética, a excessiva burocracia, a escassez de mão de obra especializada e a incerteza geopolítica, como fatores que têm vindo a limitar a atividade económica. 
 
Nos últimos meses, a maior economia da União Europeia, tem enfrentado quebras sucessivas em diversos setores,  nomeadamente a indústria automóvel, com a Volkswagen a anunciar o primeiro fecho de uma fábrica no país e despedimentos. Mas a generalidade das indústrias atravessa um período difícil, com a produção a registar em setembro valores só comparáveis com os do auge da pandemia. 
 
E o cenário pode piorar com a presidência de Donald Trump. O plano de taxas alfandegarias defendido pelo republicano - que prometeu aplicar tarifas de 60% aos produtos vindos da China e de até 20% a todos os outros países - pode custar à maior economia europeia 1% do PIB. 

O alerta foi feito pelo presidente do Bundesbank numa entrevista onde admitiu mesmo que caso as novas taxas avancem "a Alemanha pode entrar em recessão".

Ver comentários
Saber mais Recessão União Europeia Alemanha Volkswagen Christian Lindner Olaf Scholz Robert Habeck Donald Trump
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio