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Alemanha prepara-se para eleger novo chanceler a 23 de fevereiro
Moção de confiança de Scholz deverá avançar na primeira metade de dezembro. Se for rejeitada, deputados da oposição e do SPD concordam que eleições podem realizar-se a 23 de fevereiro.
Depois de muitos avanços e recuos, parece haver um calendário para as eleições antecipadas na Alemanha. Os deputados do Partido Social Democrata (SPD), de Olaf Scholz, e da oposição terão chegado a um acordo para que decorram a 23 de fevereiro. Isto segundo fontes do governo alemão citadas pela Bloomberg, que pediram anonimato.
A data das eleições é avançada mesmo não tendo ainda sido fechado o calendário para a apresentação, por Scholz, de uma moção de confiança - só depois de esta ser rejeitada pode ser iniciado o processo de antecipação das eleições federais.
Depois de ter anunciado a demissão do ministro das Finanças - pondo em causa a coligação tripartidária que forma o Governo - o chanceler indicou que iria submeter-se a um voto de confiança a 15 de janeiro, o que empurraria as eleições para março. Mas desde então, tanto membros da oposição como do seu partido têm pedido que a moção seja apresentada antes.
Segunda-feira, Scholz admitiu fazê-lo antes do Natal. "Não estou agarrado ao cargo", disse numa entrevista à televisão ARD, citada pela Reuters. "Para mim não há qualquer problema em apresentar-me uma moção de confiança antes do Natal", afirmou.
A Bloomberg escreve agora que a moção deverá avançar na primeira metade de dezembro. Se for rejeitada, o chanceler pode pedir ao Presidente que dissolva o parlamento e estabeleça uma data para as eleições no prazo de 60 dias.
O anúncio do afastamento do ministro das Finanças surgiu após uma reunião dos líderes dos três partidos - o SPD, de Scholz, o FDP e os Verdes - na chancelaria, durante a qual Christian Lindner disse ao líder do Governo que não via forma de a coligação prosseguir e apelou à convocação de eleições antecipadas. Em causa estão as divergências persistentes sobre reformas económicas que se acentuaram com a publicação de um manifesto pelo FDP exigindo reformas liberais que dificilmente poderão ser aceites pelos parceiros de coligação.