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Scholz acusa liberais da FDP de "sabotagem" da coligação

Moção de confiança promovida pelo chanceler alemão deverá ser chumbada esta tarde, seguindo-se eleições a 23 de fevereiro. Conservadores da CDU lideram sondagens.

Há cada vez mais vozes a pedirem que Scholz esclareça calendário eleitoral.
Denes Erdos/Reuters
16 de Dezembro de 2024 às 13:43
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O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu esta segunda-feira a decisão de terminar a coligação do SPD com Verdes e FDP, acusando os parceiros liberais desta última formação de "sabotagem" da governação.

Na apresentação da moção de confiança que será votada nesta tarde no Bundestag - e que deverá ser chumbada com alta probabilidade, estando previstas eleições para dentro de pouco mais de dois meses - Scholz atacou os ex-parceiros liberais, num discurso já virado para uma campanha na qual o SPD está muito enfraquecido, com os conservadores da CDU na dianteira das sondagens.

"Por três anos, conseguimos gerir esta coligação para tomar decisões. Foi precisa muita força para o fazer. A minha decisão de pôr fim à coligação também exigiu muita força porque não podia continuar como estava. Não me refiro apenas à sabotagem que o FDP conduziu para enfraquecer o Governo. Houve danos não apenas ao Governo, mas também para a democracia como um todo. Esses foram os danos que esta encenação causou", declarou o chanceler alemão, de acordo com declarações transmitidas pela Deutsche Welle.

No discurso, Scholz lançou alguns temas já de plataforma de campanha do SPD, incluindo a redução de impostos de bens alimentares e aumento do salário mínimo, assim como a ideia de que é tempo de aliviar o travão constitucional da dívida, que limita o aumento de despesas no país.

A economia alemã encontra-se altamente enfraquecida, sobretudo no sector industrial, e deverá neste ano quebrar em 0,2%, de acordo com as últimas estimativas do banco central alemão. É agora antecipado um quadro de estagnação para 2025 (0,2% de crescimento, numa forte revisão em baixa face a 1,1% previstos pelo Bundesbank ainda em junho passado). 

Entretanto, a possibilidade de estimular a economia com medidas indutoras de investimento está limitada pelas regras orçamentais nacionais. 

Scholz apresentou na passada quarta-feira o pedido para a votação da moção de confiança, com um prazo de 48 horas a determinar para esta segunda-feira reunião em sessão especial do Bundestag para votação.

Com o provável chumbo, o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, tem 21 dias para dissolver o Bundestag por sugestão de Olaf Scholz, sendo a data indicada para novas eleições 23 de fevereiro, com os eleitores alemães a serem assim chamados às urnas sete meses mais cedo do que o esperado.

A precipitação de eleições acontece após diferenças sobre o rumo orçamental do país terem conduzido ao afastamento do ministro das Finanças alemão, Cristian Lindner, dos liberais da FDP, desfazendo-se a coligação deste partido com o SPD e Verdes, e ficando os social-democratas de Olaf Scholz em situação minoritária.

As sondagens na Alemanha estão a apontar neste momento para uma vitória da CDU - 31%, numa média de inquéritos de opinião compilada pela Bloomberg - com a AfD, da extrema direita, a captar 18% e o SPD a não ir além de 17%. Já os Verdes surgem com 13% e o BSW, um novo partido da extrema esquerda, obtém 5%. O FDP segue com 4%.

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