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Moção de confiança derruba Governo de Olaf Scholz. Alemanha vai a eleições

Na votação no parlamento alemão, o Bundestag, o atual chanceler não teve votos suficientes dos 736 deputados e o seu Executivo acabou por cair, com 394 votos contra.

Clemens Bilan/EPA
16 de Dezembro de 2024 às 15:36
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O chanceler alemão, Olaf Scholz, não sobreviveu a uma moção de confiança apresentada esta segunda-feira no parlamento, o que significa que o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, tem 21 dias para dissolver o Bundestag por sugestão do chanceler.

A data indicada para novas eleições é 23 de fevereiro, com os eleitores alemães a serem chamados às urnas sete meses mais cedo do que o esperado.

Dos 717 deputados que votaram, 394 não apoiaram a continuidade de Scholz, 207 votaram a favor - a grande maioria do SPD, o partido do chanceler incumbente - e 116 abstiveram-se, o que conta como um voto contra. O líder do Executivo precisava de 367 votos a favor para fazer passar a moção.

A convocação de eleições acontece após diferenças sobre o rumo orçamental do país terem conduzido ao afastamento do ministro das Finanças alemão, Cristian Lindner, dos liberais da FDP, desfazendo-se a coligação deste partido com o SPD e Verdes, e ficando os social-democratas de Olaf Scholz em situação minoritária.

Esta segunda-feira, Scholz defendeu a decisão de terminar a coligação do SPD com os Verdes e o FDP, acusando os parceiros liberais desta última de "sabotagem" da governação. O discurso do chanceler foi já virado para uma campanha na qual o SPD está muito enfraquecido, com os conservadores da CDU na dianteira das sondagens.

As sondagens na Alemanha estão a apontar neste momento para uma vitória da CDU - 31%, numa média de inquéritos de opinião compilada pela Bloomberg - com a AfD, da extrema direita, a captar 18% e o SPD a não ir além de 17%. Já os Verdes surgem com 13% e o BSW, um novo partido da extrema esquerda, obtém 5%. O FDP segue com 4%.

"Por três anos, conseguimos gerir esta coligação para tomar decisões. Foi precisa muita força para o fazer. A minha decisão de pôr fim à coligação também exigiu muita força porque não podia continuar como estava. Não me refiro apenas à sabotagem que o FDP conduziu para enfraquecer o Governo. Houve danos não apenas ao Governo, mas também para a democracia como um todo. Esses foram os danos que esta encenação causou", declarou o chanceler alemão, de acordo com declarações transmitidas pela Deutsche Welle.

No discurso, Scholz lançou alguns temas já de plataforma de campanha do SPD, incluindo a redução de impostos de bens alimentares e aumento do salário mínimo, assim como a ideia de que é tempo de aliviar o travão constitucional da dívida, que limita o aumento de despesas no país.

A economia alemã encontra-se altamente enfraquecida, sobretudo no setor industrial, e deverá neste ano quebrar em 0,2%, de acordo com as últimas estimativas do banco central alemão. É agora antecipado um quadro de estagnação para 2025 (0,2% de crescimento, numa forte revisão em baixa face a 1,1% previstos pelo Bundesbank ainda em junho passado). 

Entretanto, a possibilidade de estimular a economia com medidas indutoras de investimento está limitada pelas regras orçamentais nacionais. 

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