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Eleição de Trump e crise política afundam confiança dos investidores alemães

Entre o colapso do Governo, o abrandamento da maior economia da Europa e a reeleição de Trump nos EUA, as perspetivas para a Alemanha são escuras. Um índice de expetativas caiu de 13,1 para 7,4 em outubro, uma queda inesperada pelos analistas, que previam uma subida para 13,2.

DR
12 de Novembro de 2024 às 15:46
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A confiança dos investidores alemães na maior economia da Europa piorou inesperadamente, num momento em que o país tem estado debaixo de uma nuvem negra carregada de más notícias.

Entre a reeleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a queda do governo de três partidos e a quebra na indústria do país - o grande motor da economia nacional -, a Alemanha tem vivido últimas semanas de incerteza. 

Um índice de expectativas do instituto ZEW, com os inquéritos realizados entre 4 e 11 de novembro, caiu de 13,1 para 7,4 pontos, uma reviravolta inesperada pelos economistas, que previam, aliás, uma subida marginal para 13,2 pontos. O estudo revela ainda uma "queda surpreendente" relativamente à avaliação das condições atuais da Alemanha na ótica dos investidores, que recuou 4,5 pontos. 

Esta terça-feira, o presidente do instituto ZEW considerou que "as expectativas económicas para a Alemanha são influenciadas pela vitória de Trump e pelo fim da coligação". Achim Wambach referiu que há, ainda assim, uma "luz ao fundo do túnel": "nos últimos dias do período de análise, no entanto, algumas vozes mais otimistas estão a tornar-se cada vez mais vocais sobre as perspetivas económicas para a Alemanha devido à probabilidade de eleições antecipadas".

O setor industrial alemão já debilitado luta para escapar a um período que poderá vir a ser ainda mais negro, sobretudo para o setor automóvel que se prepara para uma nova ameaça: as tarifas a veículos importados prometidas pelo novo presidente dos EUA. Mas os efeitos já se faziam sentir antes, por exemplo, quando a Volkswagen admitiu vir a fechar fábricas de produção na Alemanha, o que também já se reflete nalguns dos seus fornecedores, que preparam igualmente despedimentos significativos.

No campo político a situação não está melhor. O país irá enfrentar eleições antecipadas a 23 de fevereiro, depois de na semana passada o chanceler alemão Olaf Scholz ter demitido o ministro das Finanças, Christian Lindner, que é também líder do FDP, parceiro na coligação do Governo. 

Para já, economia alemã parece dar luta. A maior economia do bloco europeu escapou a uma recessão ao crescer 0,2% no terceiro trimestre. Mas, os dados relativos aos três meses anteriores foram revistos em baixa e avizinha-se a possibilidade de uma nova contração durante todo o ano.

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