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TotalEnergies suspende navegação pelo Mar Vermelho
Depois de anunciar a queda de 36% nos lucros em 2023, para os 21,5 mil milhões de euros, a petrolífera francesa fez saber que não envia navios pelo Canal do Suez há várias semanas.
O aumento dos custos com o seguro fez escalar os preços da navegação pelo Mar Vermelho, que mais do que duplicou em dois meses e, por isso, o CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, anunciou que deixou de enviar navios por este canal, que tem sido alvo de ataques marítimos desde novembro de 2023, avançou a Reuters.
Pouyanne optou, então, por prolongar o tempo do trajeto das embarcações para a Europa.
"O conflito entre os houthis e a coligação liderada pelos Estados Unidos está a ter um impacto significativo na região. Por isso, somos cuidadosos e já não atravessamos o Mar Vermelho", garantiu esta quarta-feira.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que a petrolífera francesa apresentou uma queda de 36% nos lucros em 2023, para os 21,5 mil milhões de euros, justificado pela empresa com a descida dos preços do petróleo.
A onda de ataques ao transporte marítimo no "mar de águas perigosas" não tem abrandado, apesar da defesa das forças da marinha ocidental. Esta terça-feira, 6 de fevereiro, os houthis garantiram ter disparado mísseis navais contra duas embarcações com bandeiras americana e britânica, o Star Nasia e o Morning Tide, respetivamente, causando danos nas mesmas.
O líder do grupo xiita apoiado pelo Irão, Abdul Malik al-Houth reiterou que "procurará aumentar cada vez mais os ataques se a agressão bárbara e brutal contra Gaza não parar, juntamente com o cerco ao povo palestiniano, a quem negam ajuda e medicamentos", segundo a mesma agência de notícias.
O estreito de Bab-el-Mandeb, no extremo sul do Mar Vermelho, tem sido perturbado por ataques com drones e mísseis dos houthis a navios comerciais, aumentando os custos de frete e a restrição do tráfego comercial marítimo num dos corredores mais movimentados do mundo.
A Agência Internacional de Energia (AIE) revelou que os atrasos nas entregas de produtos petrolíferos devido ao desvio de navios pelo Cabo da Boa Esperança, que acrescenta até 12 dias na viagem e cerca de um milhão de euros em combustível, estavam a afetar o mercado europeu.
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*Notícia editada por Inês Santinhos Gonçalves