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Desvios do Mar Vermelho podem afetar segundo e terceiro trimestres da Maersk

A segunda maior transportadora marítima do mundo vai acrescentar 6% de capacidade aos navios da frota para manter o fluxo comercial, não prevendo mudanças em relação ao conflito no Canal do Suez. Também a grega Star Bulk se junta à lista de empresas que já não atravessa o Mar Vermelho.

Jon Nazca / Reuters
14 de Fevereiro de 2024 às 16:23
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Depois de uma previsão de um 2024 negativo e uma queda nos lucros, provocado pelo excesso de oferta no setor do transporte de contentores, a transportadora dinamarquesa Maersk relembra os clientes que a travessia pelo Cabo da Boa Esperança, que acrescenta até mais 15 dias de viagem, vai continuar a afetar as cadeias de abastecimento até ao segundo e, possivelmente, terceiro trimestres de 2024.

 

"Infelizmente, não vemos nenhuma mudança a acontecer tão cedo no Mar Vermelho", lamentou Charles van der Steene, presidente da Maersk nos Estados Unidos, numa notícia avançada pela CNBC. 

 

"Os clientes vão precisar de ter a certeza de que terão um tempo de trânsito maior, integrado na cadeia de abastecimento", acrescentou.

 

Desde o início do ano que a Maersk anunciou a suspensão da passagem pelo Canal do Suez, depois de alguns dos seus navios terem sido alvo de ataques por parte dos houthis, cujo líder garantiu esta quarta-feira, 14 de fevereiro, que nenhuma embarcação ligada a Israel atravessou o canal na última semana e que a paragem dos ataques significava "ser cúmplice" deste país.

 

A par da "fase difícil para a indústria", a segunda maior empresa de transporte marítimo do mundo anunciou o aumento de 6% da capacidade dos seus navios para manter o fluxo comercial em movimento, compensando os atrasos provocados pela alteração de trajeto, o que aumenta, consequentemente, os custos operacionais da empresa, segundo o CEO.

 

A Maersk movimenta um sexto do comércio mundial de contentores por via marítima e, em 2023, liderou o transporte de exportações norte-americanas. Um terço da frota da dinamarquesa foi afetada desde o início dos ataques, já que grande parte hasteava a bandeira dos Estados Unidos, o maior alvo dos houthis.

 

Transportadora grega deixa o Mar Vermelho

 

No passado dia 6 de fevereiro, uma embarcação da Star Bulk Carriers foi alvo de ataque marítimo por parte dos houthis. O mesmo se repetiu no dia 12 de fevereiro e levou a que a transportadora grega anunciasse, um dia depois, a suspensão da travessia pelo Mar Vermelho.

 

"No futuro, não vamos atravessar mais o Canal de Suez porque somos obviamente um alvo dos houthis – dado que somos uma empresa pública registada nos EUA", garantiu o CEO, Petros Pappas, segundo a Reuters.

 

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* Notícia editada por Pedro Curvelo

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