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Maersk opta por rota através do Dubai para poupar "30% dos custos” e 70% do tempo

A transportadora armazena a mercadoria do porto do Dubai e leva-a, via terrestre, até ao porto de Jeddah, “o principal da costa oeste da Arábia Saudita”, atravessando os dois países de forma a evitar a escalada de tensão no Mar Vermelho.

Jon Nazca / Reuters
21 de Fevereiro de 2024 às 15:10
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Desde o início do ano que a Maersk deixou de navegar pelo Mar Vermelho devido aos ataques houthis, que afetaram as embarcações e tripulação da empresa. Desde então, a gigante do transporte de mercadorias, responsável por 20% do tráfego marítimo mundial, tem procurado novas rotas, chegando até a percorrer o Cabo da Boa Esperança, ao redor de África, o que aumentou os tempos de trânsito em duas semanas.

 

Agora, o diretor da Maersk para os Emirados Árabes Unidos (EAU), Omã e Qatar revelou que a transportadora percorre outro trajeto que reduz em 70% o tempo despendido e evita novos ataques: "Estamos a usar o porto do Dubai como um centro logístico para fazer os embarques via terrestre para o porto de Jeddah, que é o principal porto da costa oeste da Arábia Saudita."

 

Em entrevista ao El Economista e a outros meios de comunicação, Christopher Cook explicou que, a partir de Jeddah, podem "transitar para o Egito, Turquia ou Itália, facilitando também a possibilidade de embarque aéreo", o que economiza 30% do custo total das operações.

 

"Até agora, as cadeias de abastecimento tinham uma base muito sólida na China, mas as empresas estão a procurar múltiplos pontos de abastecimento. E o Dubai pode desempenhar um papel muito importante nesse sentido. É uma economia que está a crescer e que se diversificou com base no petróleo, consolidando-se como um dos maiores centros logísticos do mundo", explica o responsável do grupo na cidade, onde a logística representa hoje quase 30% da economia.

 

Cook garante que a Maersk tem sido cuidadosa nas opções que toma, isto porque não sabem quando é que vão poder voltar ao Canal do Suez – acredita que não seja antes do final de 2024. Aponta, assim, o Dubai como a melhor alternativa, se a guerra em Gaza se prolongar.

 

O bloqueio no Canal de Suez não só fez disparar os preços dos contentores e aumentou o custo dos seguros, impactando as contas das companhias marítimas, como também "causou uma contração da capacidade entre 5% e 7%", afirmou, mas o gestor não quer cair no "pessimismo". 

 

A Maersk, com uma frota de 700 navios que operam em 130 países, revelou no passado dia 8 de fevereiro que pode sofrer um deslize nos lucros deste ano com o conflito do Mar Vermelho, passando dos 9,6 mil milhões de dólares (cerca de 8,9 mil milhões de euros) que atingiu no ano passado para os 6 mil milhões (5,6 mil milhões de euros).

*Notícia editada por Inês Santinhos Gonçalves

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