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Sonae mantém expectativa na parceria Suzano para Portucel; procura novos sócios
A Sonae mantém a expectativa na parceria com a brasileira Suzano para a privatização da Portucel, apesar de estar comprometida a comprar a posição que a empresa brasileira detém na Portucel. Belmiro procura novos sócios portugueses para este processo.
No inicio deste ano a Sonae anunciou a ruptura da parceria com a Suzano para concorrer à privatização da Portucel, tendo a Sonae até 30 de Abril para comprar os 49,99% que a empresa brasileira detém na Sonae Produtos e Derivados Florestais SGPS (SPDF), por 136 milhões de euros. A SPDF controla 29,2% da Portucel.
Acerca da Suzano Belmiro de Azevedo, em conferência de imprensa, afirmou que é o parceiro ideal para a privatização da Portucel, estando a empresa a procurar que permaneça no consórcio, ainda que numa posição de menor dimensão.
Para Belmiro a parceria com a Suzano tinha uma «complementariedade perfeita», porque a Suzano tem interesses no Brasil e «know how» forte na exploração florestal, enquanto a Sonae tem interesses na Europa e «know how» industrial.
Descartando o interesse em parcerias com empresas nórdicas, o presidente da Sonae admitiu que procura novos sócios portugueses para concorrer em conjunto à Portucel.
«Estamos a trabalhar nos sítios adequados para trazer outros sócios, sobretudo portugueses para dividirem connosco o risco», disse Belmiro de Azevedo.
O líder da Sonae admitiu que está receptivo à disponibilidade da Cofina em se associar para a privatização da Portucel, desde que limite a sua participação ao activo florestal.
Se o interesse for participar com os activos bons, «não temos nada contra», acrescentou. A Cofina controla a Celulose do Caima e ainda hoje reafirmou o objectivo de concorrer à privatização da empresa de pasta e papel.
Em relação o modelo de privatização da Portucel, Belmiro afirmou que «não temos nada a ver com os nórdicos», não vendo interesse em aceitar activos que não geram «cash flow» operacional, são velhos e outros querem alijar.
A privatização da Portucel será feita através de um aumento de capital para permitir a entrada de parceiros com activos no sector de pasta e papel. Belmiro afirmou que a Gescartão pode ser um desses activos que entrem no aumento de capital da Portucel.
Sonae exerce opção na Gescartão quando achar convenienteA Portucel «é o único investimento genuinamente nacional que eu gostaria de levar para a frente e para o qual consegui convencer os meus colegas da administração», acrescentou Belmiro, justificando que «não há centros de decisão nacional sem propriedade portuguesa»
Para o presidente da Sonae todas os grandes empresas portuguesas já não estão em mãos nacionais, citando os casos da EDP e a Petrogal.
Acerca da privatização da Gescartão, Belmiro reafirmou que está em vigor o período de seis meses em que a Imocapital, controlada pela Sonae e espanhola Europac, tem o direito em exercer uma opção de compra de 25% do capital.
«Exerceremos da maneira e quando acharmos conveniente», disse Belmiro. O Governo quer realizar uma oferta pública de venda sobre estes 25% do capital da Gescartão que a Sonae pode comprar.
As acções da Sonae SGPS encerraram nos 0,35 euros, a cair 5,41%.
Por Luísa Bessa