Notícia
Sonae regista maior lucro dos últimos oito anos. Receitas atingem valor recorde
Os lucros da retalhista ascenderam a 268 milhões de euros e o volume de negócios consolidado superou os 7 mil milhões.
A Sonae reportou as suas contas de 2021, com a CEO, Cláudia Azevedo, a sublinhar que se tratou de "um ano notável".
O resultado líquido atribuído aos acionistas foi de 268 milhões de euros, contra 71 milhões em 2020 – sendo que a Maxmat na MC e a Bizdirect na Bright Pixel foram classificadas como detidas para venda, tendo todos os períodos de 2020 e 2021 sido reexpressos para as incluir como operações descontinuadas.
A empresa liderada por Cláudia Azevedo salienta, no seu relatório, que os lucros do ano passado superaram, assim, os valores de 2020 e 2019.
Já o volume de negócios consolidado ascendeu a 7.023 milhões de euros, o que constituiu um valor recorde e um aumento de 5,3% face ao ano de 2020
Estas receitas foram sustentadas principalmente pela MC e pela Worten, "que registaram novamente desempenhos operacionais muito positivos e reforçaram as suas posições de liderança", aponta a empresa.
"A Nos e a ISRG também registaram desempenhos sólidos, com fortes recuperações durante os últimos trimestres", sublinha.
"2021 foi um ano notável para a Sonae. Um ano de grandes progressos em circunstâncias muito desafiantes. Apesar das fortes restrições relacionadas com a pandemia e da manutenção de ambientes extremamente competitivos, continuámos a reforçar as nossas quotas de mercado em todo o portefólio. Fizemo-lo através da nossa dedicação e capacidade de execução, inovando na forma como servimos os nossos clientes, acelerando a digitalização em todo o grupo e, sobretudo, trabalhando juntos com renovada energia e ambição", salienta Cláudia Azevedo.
A CEO refere que a Sonae continuou a crescer globalmente, "ultrapassando 7 mil milhões de euros em volume de negócios pela primeira vez na nossa história, tendo as vendas online agregadas excedido 600 milhões de euros".
"Conseguimos atingir este nível de crescimento mantendo ainda o nosso forte desempenho ao nível da rentabilidade, com o EBITDA consolidado a aumentar 18% em termos homólogos, para mais de 730 milhões", frisa a presidente executiva da retalhista dona do Continente.
"Estou naturalmente orgulhosa destes resultados. Mas estou igualmente orgulhosa da forma como mantivemos o nosso foco no futuro. Coletivamente, investimos mais de mil milhões de euros durante o ano para melhorar parques de lojas, renovar canais digitais, preparar instalações logísticas para o futuro, garantir as melhores redes digitais de nova geração e expandir o nosso portefólio de empresas para novas áreas de crescimento".
Cláudia Azevedo aponta que "2022 não trará menos incerteza nem menos desafios do que os últimos dois anos". "Mas, mais do que nunca, estou confiante que estamos preparados para o futuro. Temos empresas muito fortes e líderes nos seus setores, conduzidas por equipas de elevada qualidade. Temos ainda uma situação financeira muito estável, o que nos permite explorar novas e atrativas oportunidades. E temos uma bússola moral no grupo que será fundamental para criarmos um futuro mais sustentável para as próximas gerações".
Proposta de dividendo nos 0,0511 euros por ação
"Tendo em consideração os resultados líquidos do exercício de 2021, e de acordo com a política de dividendos seguida pela Sonae, o conselho de administração irá propor à Assembleia Geral Anual de Acionistas o pagamento de um dividendo de 5,11 cêntimos por ação, 5,14% acima do dividendo distribuído no último ano", aponta o relatório e contas.
Este dividendo corresponde a uma "dividend yield" de 5,1%, com base na cotação de fecho de 31 de dezembro de 2021 (que se situou em 1,003 euros), e a um "payout ratio" de 38% do resultado direto consolidado.
No ano passado, a Sonae pagou um dividendo bruto por ação de 4,86 cêntimos. No total, distribuiu 97 milhões de euros aos acionistas, o que correspondeu a um "payout ratio" de 137% dos lucros obtidos em 2020.