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Sonae com menos 72% de lucros e mais 1.500 trabalhadores no primeiro trimestre
O grande trambolhão dos lucros do grupo Sonae nos primeiros três meses do ano, para oito milhões de euros, é sobretudo explicado pelos ganhos não recorrentes que beneficiaram o resultado de há um ano. Já as vendas aumentaram 6%, para 1,278 mil milhões de euros.
"O ano de 2017 começou bem para a Sonae. Num trimestre desafiante no comparativo com o período homólogo, crescemos em todos os negócios assegurando rentabilidade em linha com as nossas expectativas", conclui Ângelo Paupério, co-CEO da Sonae, na abertura do relato das contas do grupo relativas ao primeiro trimestre deste ano.
Se o volume de negócios cresceu 6%, atingindo os 1,278 mil milhões de euros, "apesar do calendário difícil", quase todos os indicadores financeiros do grupo apresentam variações homólogas negativas, apesar de não poderem ser directamente comparáveis.
O resultado líquido após interesses minoritários caiu 72,1% para oito milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, contra 30 milhões de euros conseguidos no mesmo período do ano passado.
Uma queda que o grupo co-liderado por Paulo Azevedo e Ângelo Paupério explica com o facto de os lucros de há um ano terem registado fortes ganhos de capital não recorrentes.
"Durante o primeiro trimestre do ano passado, tinha sido registado um impacto positivo de 62 milhões de euros na rubrica de itens não recorrentes, beneficiando, sobretudo, dos ganhos de capital obtidos com as operações de ‘sale and leaseback’ [venda de imóveis e posterior arrendamento] concluídas pela Sonae RP no primeiro trimestre de 2016, o que prejudica a comparabilidade entre períodos", justifica o grupo, em comunicado enviado à CMVM.
Já o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) caiu 47,7% no primeiro trimestre deste ano, para 62 milhões de euros, enquanto a queda do EBIT (resultado antes de juros e impostos), na comparação homóloga, foi de 79,9% para 14 milhões de euros.
Apesar de tudo, os resultados e as vendas da Sonae nos primeiros três meses de 2017 são melhores do que a maioria das previsões dos analistas de mercado.
Por áreas de negócio, o maior contributo continua a ser o retalho alimentar, com as vendas da Sonae MC a crescer 3% para 855 milhões de euros, enquanto no retalho (incluindo o não alimentar, com marcas como a Worten ou a MO), a facturação aumentou, em termos globais, cerca de 4,7% para 1,257 mil milhões de euros.
A Nos fechou o primeiro trimestre com uma facturação de 381 milhões de euros, mais 2,9% do que um ano antes, enquanto a promotora e gestora de centros comerciais Sonae Sierra aumentou as vendas em 4,4% para 54 milhões de euros.
A Sonae IM, que gere um portefólio de empresas de base tecnológica, facturou 33 milhões de euros, o que representa um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado, e a Sonae FS, que gere os serviços financeiros do grupo no retalho, aumentou as vendas em 28,8% para cinco milhões de euros.
A Sonae, que se apresenta como o maior empregador privado português, garante que criou mais de 1.500 postos de trabalho nos primeiros três meses deste ano.