Notícia
Resultados do BPA crescem 25%
O Banco Português do Atlântico (BPA) apresentou resultados líquidos, anuais, no montante de 138 milhões de euros (27,6 milhões de contos), que representa um crescimento de 25% face ao ano de 1998.
O resultado líquido por acção (EPS) aumentou de 0,19 euros (39,4 escudos) para 0,22 euros (43,9 escudos), traduzindo um crescimento de 11,4% em relação ao ano de 1998, reflectindo o efeito da operação de aumento de capital social em Outubro de 1998. Quanto à rendibilidade dos capitais próprios (ROE) mostrou uma evolução de 14,2%, verificados em 1998, para 15,3% em 1999. Por sua vez a rendibilidade dos activos médios (ROA) atingiu 0,7% contra os 0,6% de 1998.
Para a evolução dos resultados obtidos contribuíram a sustentação da margem financeira, beneficiando do aumento do crédito concedido a clientes, e a apropriação de resultados das empresas associadas consolidadas pelo método de equivalência patrimonial. Também contribuíram de forma positiva o crescimento das comissões, reflectindo o aumento do «cross-selling» de produtos e serviços financeiros especializados, e o aumento dos resultados em operações financeiras, beneficiando dos resultados dos mercados accionistas no último trimestre de 1999. A evolução positiva dos proveitos compensaram as exigências ao nível da constituição de proveitos para risco de crédito.
Deste modo, o crédito concedido a clientes elevou-se a 5,91 mil milhões de euros (1,185 mil milhões de contos), que traduz um crescimento de 29,8% face ao ano de 1998. Os recursos totais de clientes atingiram 13,853 mil milhões de euros (2,777 mil milhões de contos), que corresponde a um aumento de 7,7%. Esta evolução dos recursos totais de clientes foi condicionada pelos menores níveis de poupança privada e pela reduzida atractividade das aplicações em produtos financeiros alternativos aos depósitos bancários, devido à fraca performance do mercado bolsista português nos primeiros três trimestres de 1999.
A margem de intermediação financeira estabilizou em 1,4% entre 1998 e 1999, tendo sido favoravelmente influenciada pelo menor volume de operações nos mercados interbancários e pelo aumento da carteira de créditos sobre clientes. Por fim, o rácio de eficiência revelou uma melhoria, visto ter registado uma diminuição de 67,8% em 1998 para 61,7% em 1999, reflectindo por um lado, os efeitos de racionalização operativa e das economias de escala associadas à expansão do volume de negócios, e por outro, o ritmo de crescimento mais acentuado dos proveitos em relação ao dos custos de transformação.
O BPA ainda proporá na próxima assembleia geral (AG) um «payout» de 55%, ou seja, um dividendo de 0,12 euros (24 escudos). Jardim Gonçalves ainda referiu que «mantém o preço da oferta pública de aquisição (OPA) sobre o Banco Pinto & Sotto Mayor (BPSM)». No entanto, o presidente do BPA afirmou que «caso haja uma contra OPA por parte de outras instituições, o Grupo BCP/Atlântico analisará a situação».
Quanto ao anúncio de hoje da fusão do Banco Espírito Santo (BES) e o Banco Português de Investimento (BPI), Jardim Gonçalves considerou «positiva». O responsável máximo do BPA referiu que «sempre considerei, desde o meu regresso ao BPA, que o mercado português tinha capacidade apenas para dois ou três, no máximo, operadores financeiros, que é o que se está a verificar». Quando interrogado pelo Canal de Negócios, se fazia parte da estratégia do grupo tornar o «Banco7» num banco a actuar apenas na Internet e cotado na Bolsa à semelhança do espanhol, Uno-e, Jardim Gonçalves afirmou que «o Banco7 ainda é apenas uma marca. É bastante prematuro estar a afirmar se irá para a Bolsa ou não, contudo, o Banco7 foi pioneiro em Portugal a actuar quer pelo telefone, quer pela Internet. Em Portugal o único banco que está em condições de se assemelhar ao Uno-e, é o Banco7».
As acções do BPA fecharam, hoje, nos 4,06 euros (814 escudos), traduzindo uma queda de 0,49%.