A Refer deixou, a 27 de Janeiro deste ano, de ter "swaps". Depois de ter estado no centro das atenções do caso do "swaps" - pelo facto de os seis instrumentos derivados que detinha terem sido contratados pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, quando era directora financeira da empresa - a gestora da infra-estrutura ferroviária nacional limpou a carteira de "swaps" com um ganho de 3,47 milhões de euros. 

"Em Janeiro de 2014 foi celebrado o contrato de mandato com representação entre a REFER e o IGCP conferindo a esta entidade os poderes de gestão para o cancelamento da única operação 'swap' viva no final de 2013, facto que veio a ocorrer no dia 27 de Janeiro com o recebimento de 3.417.000 euros proveniente do Bank of America Merrill Lynch", pode ler-se no relatório e contas da empresa, referente a 2013. Este "swap" tinha um valor nocional de 150 milhões de euros.

Com esta operação, a Refer deixou de ter qualquer "swap" na sua carteira. 

No ano passado, a Refer já tinha fechado cinco operações deste tipo de derivados financeiros, que resultaram numa perda de 12,5 milhões de euros. 

"No âmbito das atribuições acometidas ao IGCP para a gestão das carteiras de instrumentos financeiros derivados das EPR, foi comunicada à REFER a necessidade de liquidar antecipadamente os três 'swaps' contratados com o Barclays Capital e os dois 'swaps' contratados com a JPMorgan", explica a empresa, acrescentando que "o impacto do cancelamento destas operações originou um pagamento líquido de -12.486.000 euros repartido entre 8.514.000 euros de inflow [impacto positivo] recebido do Barclays em Maio e -21 milhões de euros de outflow [impacto negativo] pago à JPMorgan em Junho". 

A empresa esclarece ainda que realizou, em 2013, um "aumento de capital em dinheiro no valor de 21 milhões de euros", uma operação que "permitiu a cobertura da liquidação antecipada dos 'swaps' da JPMorgan" referidos.