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"Hedge fund" quer nova OPA sobre a Cimpor

Pequenos investidores querem ter voz na gestão da Cimpor caso não consigam alienar as acções da cimenteira que mantêm em carteira.

01 de Agosto de 2012 às 23:30
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Mais de um mês depois do fim da OPA à Cimpor, os accionistas minoritários, que não venderam as suas acções, querem soluções. O Whitebox, um "hedge fund" que tem um milhão de acções da cimenteira em carteira, pede à CMVM que exija à Camargo Côrrea que esta apresente uma proposta de compra pelos títulos que estão no mercado.

O gestor da carteira deste fundo norte-americano, Simon Waxley, enviou uma carta à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a pedir que a reguladora instasse à realização de uma "oferta sobre os restantes accionistas minoritários". Esta seria a solução para "lhes permitir uma saída da sua actual comprometedora posição", lê-se na carta obtida pelo Negócios.

Caso a nova oferta não seja possível, Waxley propõe ao regulador do mercado, presidido por Carlos Tavares, que inste a Cimpor e a Camargo a seleccionarem um representante dos accionistas minoritários "para actuar como um gestor independente ou membro da comissão de auditoria, de modo a representar e proteger os interesses dos accionistas minoritários".

Este pedido é feito já que o capital disperso em bolsa não totaliza 10% do total, o mínimo exigido para que um pequeno grupo de investidores possa eleger um membro para o conselho de supervisão. "Claramente, essa não é uma opção ao nosso dispor neste momento", aponta o documento à CMVM, enviado com conhecimento ao Provedor de Justiça e à Procuradoria-Geral da República.

Este "hedge fund", à semelhança de outros dois que estão no capital da cimenteira, está preocupado com o desmembramento da cimenteira, já acordado entre a Camargo e a Votorantim através de uma troca de activos que vai ditar a saída da última do capital da Cimpor. Esta troca de activos, já formalizada, terá de ser ratificada em assembleia-geral.

Nessa altura, Octávio Viana, presidente da associação de pequenos investidores (ATM), irá pedir para que as duas empresas brasileiras não possam deliberar sobre o tema. Se estes votos forem tidos em conta, a ATM garante, em carta endereçada a Proença de Carvalho, presidente da Cimpor, que avançará com uma providência cautelar para suspender as deliberações.
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