Nos últimos cinco anos a Portugal Telecom cortou 4.270 postos de trabalho na PT Comunicações, empresa que gere a rede fixa de telecomunicações. Esta contagem, efectuada em Julho pelo Jornal de Negócios, representa um corte de 38% nos postos de trabalho desde Janeiro de 2002 a Dezembro de 2006, valor muito acima de outras 10 incumbentes da Europa.

Ontem, Henrique Granadeiro, em entrevista à SIC Notícias, apontou que no próximo ano terá que reduzir a força laboral em "um pouco mais" de 600 pessoas, um valor que, porém, não foge do ritmo de cortes "normais" da Portugal Telecom.

Em média, e desde 2002, as reduções laborais na Portugal Telecom têm rondado as 854 saídas anuais, sendo que o "modelo" seguido pela operadora até ao momento tem sido as rescisões amigáveis, reformas antecipadas e pré-reformas. Ao todo, e desde 2002, a PT reduziu a força laboral na PT Comunicações em 38%, valor que compara com as reduções de 22%, em média, de outras dez incumbentes analisadas.

Com uma redução laboral próxima dos valores da PT, encontra-se a Hellenic Telecom, com um corte de 36%, seguida pela Deutsche Telekom, menos 35%, a TDC, menos 32%, e a Telekom Áustria, com um corte de 26%. No mesmo período, a Telefónica reduziu em 21% a sua força laboral, enquanto a France Telecom cortou 22% dos postos de trabalho

Em Setembro último, Henrique Granadeiro, Presidente da PT, confirmou em entrevista ao Jornal de Negócios e RTP, que o plano de redução de pessoal da operadora ia ser alargado a mais dois mil trabalhadores através de saídas negociadas e pré-reformas. Até Setembro deste ano a operadora já tinha "cortado" com 482 empregados em 2007.