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"Pressão" do sector público emagrece receitas do catering

Os organismos dependentes da administração pública estão a esmagar os preços no sector, aponta um estudo da Informa D&B. Duas empresas – grupo Trivalor e Eurest – dominam mais de metade deste mercado que assegura 18 mil empregos.

Miguel Baltazar/Negócios
07 de Novembro de 2016 às 12:39
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O volume de negócios das empresas portuguesas de catering emagreceu 5,2% em 2015, para um total de 550 milhões de euros, segundo o estudo "Sectores Portugal ‘Catering’", publicado pela Informa D&B.

 

Esta quebra foi provocada pela "descida significativa" de 7,4% no segmento da restauração colectiva, que agora pesa 79% do total. O relatório aponta que esta diminuição das receitas "deveu-se principalmente à forte pressão sobre os preços, nomeadamente no âmbito dos organismos dependentes da Administração Pública".

 

E a curto prazo, esta fornecedora de informação comercial e financeira perspectiva que "a débil recuperação da procura continuará a afectar as empresas de catering (…), em especial as que operam no segmento de restauração colectiva, no qual se manterá a situação actual de forte concorrência e pressão sobre os preços".

 

Com 1.066 empresas em actividade e que asseguravam mais de 18 mil postos de trabalho em 2014, o último ano para o qual estes dados estão disponíveis, o sector do catering é dominado por cinco empresas, que detêm uma quota conjunta de 75%: grupo Trivalor, Eurest, Uniself, Cateringpor e ICA. E as duas primeiras, que são as maiores, controlam mesmo mais de metade (55%) deste mercado.

 

"A oferta sectorial caracteriza-se pela existência de um elevado número de pequenas empresas e um reduzido grupo de grandes empresas, as quais foram responsáveis pela maior parte do emprego e volume de negócios gerados. Assim, aproximadamente 92% das empresas tinham menos de dez trabalhadores em 2014, enquanto somente 24 empresas tinham mais de 49 pessoas ao serviço", lê-se na mesma publicação.

 

Não ficar a ver aviões

 

Se o segmento da restauração colectiva está em perda – um movimento que deverá continuar nos próximos anos –, o do catering para o sector do transporte tem vindo a engordar, representando já 12% do negócio do sector. Impulsionado pelo "significativo aumento do tráfego de passageiros nos aeroportos portugueses" e controlado em 70% pela Cateringpro, no ano passado gerou uma facturação de 65 milhões de euros, num crescimento homólogo de 3,2%.

 

Menos representativo, com um peso de 9%, o denominado catering para eventos ou de gama alta aumentou também em 6,4% o negócio no último exercício. Os 50 milhões de euros de receitas obtidos neste segmento estão "muito dependentes da evolução do consumo privado e das despesas das empresas", com a Informa D&B a estimar que "manterá a tendência de crescimento". A Casa do Marquês (18%), que em 2015 suspendeu um projecto de internacionalização para Angola, e o grupo Ibersol (17%) partilham a liderança.

(notícia actualizada às 15:46 com a identificação das cinco maiores empresas do sector)

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