A Varig registou, entre Janeiro e Novembro, um prejuízo de 1,06 mil milhões de reais (364 milhões de euros), valor três vezes superior à perda registada no mesmo período do ano passado, divulgou a imprensa brasileira, citada pela agência Lusa.

A receita da transportadora aérea brasileira ascendeu a 6,2 mil milhões de reais (2,257 mil milhões de euros) nesse período, o que corresponde a uma queda de mais de 8% devido à sua menor participação no mercado. Com 15 aviões parados, a Varig ficou com 27% do mercado brasileiro nos 11 primeiros meses do ano, contra 31% no período homólogo de 2004.

A situação da empresa pode complicar-se ainda mais nas próximas semanas. O tribunal de falências de Nova Iorque determinou que a companhia aérea pague 33 milhões de dólares (27,7 milhões de euros) a empresas de leasing até 13 de Janeiro. Depois desta data, os aviões da Varig podem ser arrestados. Além disso, a Varig tem de pagar facturas de combustíveis e o 13º mês aos trabalhadores.

Na quinta-feira passada, cerca de dois mil funcionários da VEM, empresa de manutenção participada da Varig, procederam a uma paralisação no Rio de Janeiro devido ao atraso do pagamento do 13º mês. Em 9 de Novembro, a empresa Aero-LB, participada da portuguesa TAP, adquiriu a VEM e a VarigLog por 62 milhões de dólares (51,8 milhões de euros).

Na semana passada, o grupo Docas, do empresário Nelson Tanure, apresentou uma proposta para adquirir a VEM e a VarigLog por 139 milhões de dólares (116 milhões de euros) e a questão está em análise.

A partir de 8 de Janeiro, a Varig, que durante muitos anos foi a maior companhia aérea do Brasil, poderá ser executada pelos seus credores. Segundo informações enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira, as dívidas da Varig no final do mês passado eram de 7,5 mil milhões de reais ( 2,7 mil milhões de euros).