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Possível fusão entre Sonaecom e Zon dependente da desblindagem de estatutos

A fusão da Sonaecom e da Zon é uma questão de tempo. Irá acontecer, não se sabe é quando. Este tem sido o sentimento no sector das telecomunicações. Para a concretização da operação a Sonaecom tem que reunir o consenso dos accionistas, já que a desblindagem dos estatutos é importante.

22 de Maio de 2009 às 13:30
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A fusão da Sonaecom e da Zon é uma questão de tempo. Irá acontecer, não se sabe é quando. Este tem sido o sentimento no sector das telecomunicações. Para a concretização da operação a Sonaecom tem que reunir o consenso dos accionistas, já que a desblindagem dos estatutos é importante.

Ontem foi o próprio Paulo Azevedo, presidente da Sonae (principal accionista da Sonaecom), a dizer que acredita que a operação vai acabar por concretizar-se. Aliás, as últimas declarações sobre esta possível fusão têm surgido da parte da Sonae.

Ontem, em entrevista à Reuters, Paulo Azevedo voltou ao assunto, fazendo declarações que indiciam evoluções fortes no sentido da fusão. "Falo com regularidade [com accionistas da Zon] e tento sempre promover esta visão dos nossos objectivos e da nossa maneira de estar e, devo dizer, tenho tido de forma crescente afirmações deles que acreditam, que começam a ver que é assim mesmo. Nesse aspecto as coisas têm corrido bem", afirmou Paulo Azevedo.

Adiantou que "pela positiva há um entendimento crescente de que esse processo poderá dar um forte impulso ao investimentos e à rentabilidade do investimento em fibra" das duas empresas. Mas ao Negócios alguns accionistas da Zon revelaram que, ultimamente, não se evoluiu nas conversas. A gestão da Zon não comenta estas declarações, mas já por diversas vezes disse não ver valor nesta fusão.

A limitação dos estatutos


A Sonaecom já anteriormente admitiu que não fará uma investida hostil sobre a Zon, pelo que uma futura fusão tem de ser consentida. Nas contas, a Caixa Geral de Depósitos torna-se decisiva.

É que os estatutos da Zon estão blindados a 10%, o que significa que mesmo que a Sonaecom compre posições accionistas ou entre, através de fusão, como accionista, fica com os votos limitados.

E para os desbloquear teria de reunir o acordo de dois terços do capital. Tal como na OPA sobre a PT, a Sonaecom poderia esbarrar na assembleia geral. Basta que a Caixa e Banco Espírito Santo votem juntamente com Cofina e a Olivedesporto contra a desblindagem para a Sonae poder ficar com poderes limitados. Nesta contagem de espingardas, BPI (7,74%) e Telefónica são aliados da Sonae.

Acções continuam em alta

Sempre que se fala numa possível fusão, quem ganha são as cotações. O mercado parece apoiar a operação em especial do lado da Sonaecom. Ontem, até às declarações de Paulo Azevedo as cotações estavam em queda. A Zon perdia, face ao fecho do dia anterior, 0,39% e a Sonaecom caia 0,37%. Os primeiros títulos feitos pela Reuters foram às 14h15 sendo das 14h18 a notícia completa com as declarações.

Às 14h30 as acções já estavam a subir e fecharam o dia a valorizarem 0,88% no caso da Zon e de 3,3% no caso da Sonaecom. Aliás, dos principais títulos ligados às telecomunicações, estes foram os únicos a subir. O índice das telecomunicações - DJ Stoxx Telecoms - caiu 2,1%.


Hoje as subidas são ainda mais acentuadas. A Sonaecom sobe 6,48% para 2,047 euros e a Zon sobe 1,94% para 4,21 euros, isto apesar de a empresa estar a partir de hoje a descontar o dividendo de 16 cêntimos que vai pagar aos accionistas na próxima semana.


Face às declarações, a CMVM solicitou que a Sonae fizesse um comunicado ao mercado, onde a empresa de Paulo Azevedo revelou ser "do conhecimento público, desde há vários meses, a existência de contactos esporádicos entre as duas empresas e os seus accionistas, sem que todavia esteja em curso qualquer negociação".

Com esta subida de ontem, a posição da Sonae na participada das telecomunicações valorizou num dia 12 milhões de euros. A Sonae detém 53,11% da Sonaecom, participação que, ao fecho de ontem, estava avaliada em 381 milhões de euros. A valorização da Sonaecom este ano já vai nos 107,3% e a Zon sobe 13,5%.



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