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PME travam ritmo do investimento empresarial em 2018

A estimativa até foi revista em alta face ao último inquérito do INE, mas o investimento vai mesmo desacelerar face ao ano passado. As empresas estão a pedir mais dinheiro ao banco e a gastá-lo no reforço da produção.

Paulo Duarte
09 de Julho de 2018 às 13:12
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O investimento das empresas portuguesas deve aumentar 5,1% em termos nominais durante o ano de 2018, um valor alimentado pelas grandes empresas, com mais de 500 trabalhadores, e que compara com a primeira estimativa de 3,7% no inquérito realizado há seis meses pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, as intenções manifestadas pelos empresários mostram uma desaceleração do ritmo em relação ao ano passado, que registou uma subida de 7,3% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF).

 

O mais recente Inquérito de Conjuntura ao Investimento, que auscultou as empresas entre 1 de Abril e 28 de Junho, mostra que o crescimento menos acentuado da FBCF empresarial observada em 2018, face ao ano anterior, reflecte o contributo negativo de -0,7 pontos percentuais (p.p) das empresas do 1º escalão (menos de 50 trabalhadores) e de -1,5 p.p. nas empresas do 2º escalão, que empregam entre 50 e 249 pessoas.

 

Em termos sectoriais, apesar de os resultados apontarem para que sete das treze grandes áreas de negócio tenham este ano taxas de variação positivas no investimento empresarial, o instituto público indica que esta desaceleração de 2,2 p.p. prevista entre 2017 e 2018 está "associada sobretudo às secções de Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos; e de Actividades de informação e de comunicação.

 

Nas empresas exportadoras, em particular, o aumento de 6,7% do investimento será "mais intenso" do que o previsto para o conjunto das indústrias transformadoras, cuja progressão se fica pelos 4,7%. Por outro lado, há menos empresas a investir. Embora esteja a níveis mais elevados que no inquérito realizado no último trimestre de 2017, o indicador de difusão do investimento (percentagem de empresas que refere a realização de investimentos ou a intenção de investir) mantém o "perfil descendente" nestes três anos em análise: 88,9%, 81,2% e 79,1% em 2016, 2017 e 2018, respectivamente.

 

De onde vem e para onde vai o dinheiro?

 

Depois do contributo negativo registado no ano passado, o investimento em construções vai dar em 2018 o impulso mais expressivo (2,4 p.p.) para a variação do investimento total. Segundo os dados facultados ao INE, seguem-se as rubricas "outros investimentos" (1,7 p.p.) e "equipamentos" (1,3 p.p.), enquanto o investimento em material de transporte deverá mesmo encolher ligeiramente (-0,2 p.p.).

 

Já no que toca aos objectivos do investimento, o destaque vai para a extensão da capacidade de produção, que assume um peso de quase 40% na média de 2017 e 2018, seguido de perto pelo designado investimento de substituição (37,2%). Ainda na média destes dois anos surgem em evidência as despesas associadas a dossiês de "racionalização e reestruturação", com um peso de 9,1% no total do investimento empresarial.

 

Finalmente, se o auto-financiamento continua a ser a principal fonte para o investimento das empresas inquiridas – representa 64,3% do total em 2018 –, ao comparar a estrutura de um ano para o outro, o INE sublinha a diminuição do peso assumido em 62% dos sectores. Assinala, ao invés, o crescimento homólogo de 2,1 p.p. no recurso ao crédito bancário: na média dos dois anos representou 22,1% do total, aproximando-se dos recursos próprios, e reforçou a posição como o segundo principal meio de financiamento para as empresas.

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